O diagnóstico precoce é a principal arma para o combate da maioria das doenças. Para algumas representa uma grande chance de cura. Este é o caso dos linfomas, tipos de câncer que atingem o sistema linfático, que são alvo da campanha Agosto Verde Claro. Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o período de conscientização é fundamental para identificar e orientar as pessoas sobre os possíveis tratamentos. “Existem dois tipos: os linfomas de Hodgkin e linfomas não Hodgkin, que se diferenciam pelo tipo de célula doente e por características clínicas da doença. Ambos, felizmente, são tratáveis”, explica a hematologista Dra. Flávia Mantine, do corpo médico do Hospital Norte do Paranaense (Honpar).
Apesar de a doença ter maior incidência em jovens entre 25 e 30 anos, aproximadamente 20% dos casos ocorre independentemente da faixa etária. No entanto, os resultados dos tratamentos são cada vez mais promissores. Atualmente, é possível se fazer uso de drogas próprias para casos diferentes de câncer, o que aumenta enormemente a eficácia. “Os dados oficiais mostram que o número de doentes tem se mantido estável nos últimos cinquenta anos. Ao mesmo tempo, a mortalidade vem sendo reduzida desde então, visto que os tratamentos estão cada dia mais avançados”, explica Dra. Mantine.
A importância do Agosto Verde Claro está em alertar para os sintomas, já que a doença não oferece uma prevenção específica. Há grupos em especial que passam por maior risco, como indivíduos com deficiência de imunidade provocada por patologias genéticas ou HIV. Ou ainda trabalhadores próximos à radiação, a produtos petroquímicos e operadores de rádio – nestes casos específicos, os linfomas não Hodkin. “O que é possível afirmar é que hábitos saudáveis, como exercícios, alimentação rica em verduras e frutas, podem ser eficazes. Para os trabalhadores, o uso dos EPIs é fundamental”, alerta a hematologista.
Os sintomas dos linfomas podem ser confundidos com doenças corriqueiras. Por isso, a rotina de exames clínicos e laboratoriais é fundamental. Os principais indícios são o aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e no pescoço. Além disso, os doentes têm suor noturno, coceira e perda de peso. Também é comum sentirem fadiga, cansaço e mal-estar em geral. “É lógico que o aparecimento de um linfonodo não quer dizer que seja linfoma. Procurar o atendimento médico é a principal arma para o tratamento”, aponta Dra. Mantine.
(com assessoria)