O Grupo de Trabalho (GT) de Turismo Religioso do Paraná reuniu-se nesta terça-feira (08) no Cine Teatro Fênix, em Apucarana (Vale do Ivaí), para discutir as possibilidades e potencial do segmento em todo o Paraná. Foi o primeiro evento do GT 100% presencial pós-pandemia de Covid-19. Durante o dia, representantes do município, autoridades religiosas e integrantes do Grupo de Trabalho conversaram sobre temas como fé e renda gerados pelo turismo religioso.
Eles também visitaram atrativos turísticos que integram o Roteiro da Fé de Apucarana, composto por 27 espaços religiosos catalogados. O grupo esteve na Catedral Nossa Senhora de Lourdes, no Santuário São José, sala de iconografia da Sagrada Família, o Monumento à Bíblia, nos parques São Francisco de Assis, Santo Expedito e Redenção, além da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Integram a rota igrejas católicas, evangélicas, metodistas e ortodoxas; centros espíritas; exposição iconográfica; parques; monumentos; memoriais; e um templo budista.
No encontro, o coordenador-geral do grupo e representante da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho, Eliseu Rocha, ministrou a palestra “Fé, obras, emprego, trabalho e renda”, aberta ao público e convidados, e o vice-presidente da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí Turismo (Amuvitur), Fábio Couto, palestrou sobre o Caminho Jesus das Santas Chagas, além de contribuições pontuais de lideranças de rotas do segmento.
O Grupo de Trabalho debateu o potencial do turismo religioso do Paraná, junto com representantes de diversas cidades. Também foi tema a realização do 5º Fórum Paranaense de Turismo Religioso, que acontece de 15 a 17 de março de 2023, em Paranaguá, no Litoral do Estado.
Segundo o coordenador-geral do GT, desde o início dos trabalhos, em 2020, o segmento religioso tem se consolidado como um dos principais focos do Estado. “Estamos discutindo o turismo religioso e tudo aquilo que ele agrega. São igrejas, templos de todas as matrizes religiosas, para que exista uma partilha de experiências e, assim, um possa ajudar o outro no desenvolvimento desse segmento”, afirmou Rocha.
“A gente fala do turismo religioso, mas quando vamos em uma cidade, temos que nos alimentar, nos hospedar, isso agrega a gastronomia e os serviços. Uma gruta, cachoeira, agrega o turismo de aventura, além do potencial rural. São diversos segmentos contribuindo entre si”, completou.
É justamente essa união de segmentos que tem feito o turismo de Apucarana crescer, ressalta a secretária de Promoção Artística, Cultural e Turística da cidade, Maria Agar Borba. “O turismo religioso é um importante ponto do turismo local e regional. Recebemos muitas visitas em épocas de encontros religiosos, tanto da Padroeira Nossa Senhora de Lourdes, como também no Parque de São Expedito. Essa força do turismo é uma realidade, pois fomenta o comércio, hospedagem, alimentação”, destacou.
Segundo pesquisa de 2020 da Paraná Turismo, feita em parceria com o Sebrae/PR, o segmento de turismo religioso é o terceiro mais movimentado do Paraná, representando 25% dos pontos de atrativos totais cadastrados. Fica atrás somente do turismo de negócios/eventos e do turismo cultural. São cerca de 300 atrativos religiosos mapeados em todo o Estado, desde igrejas e santuários, até festas religiosas, romarias, entre outros.
ORGANIZAÇÃO
Em 2018 foi criada a Comissão do Ano Estadual do Turismo Religioso, visando explorar o segmento no Paraná e começar o processo de organização desses atrativos. Dois anos depois, em 2020, foi formado o Grupo de Trabalho com o objetivo de fomentar e ajudar na estruturação do segmento, contribuindo, também, no treinamento das equipes turísticas e na troca de experiências de lugares já consolidados. Foram inseridas quatro matrizes religiosas no escopo do grupo (Oriental, Indígena, Africana e Ocidental) para garantir que diversas doutrinas fossem exploradas.
Além do Roteiro da Fé, de Apucarana, o Paraná conta com outros roteiros religiosos que atraem turistas todos os anos, como a Rota do Rosário, que abrange 17 municípios dos Campos Gerais e do Norte Pioneiro; a Rota da Medalha Milagrosa, entre Irati e Prudentópolis, e o Caminho das Santas Chagas, no Vale do Ivaí.
Toda essa diversidade se soma às festas tradicionais que acontecem em diversas cidades, além de celebrações como Marcha para Jesus e Corpus Christi, este último com a Capital figurando entre as maiores celebrações do mundo, recorde pleiteado pela Arquidiocese junto ao Guinness World Records.