Turismo

Projeto seleciona pontos da região Oeste para implantação de rota turística agrotecnológico

11 mai 2021 às 18:56

O Oeste do Paraná tem a economia movida, em maior parte, pelo agronegócio. A capacidade de produção significativa da região merece ser explorada e modelada, e uma nova iniciativa promete tornar a área uma rota de aprendizado e conhecimento. A Operadora Agente AgroBrasil deu início à busca por locais com potencial para o turismo agrotecnológico, trazendo visitantes para conhecer cooperativas, fazendas modelos e outros empreendimentos do setor.

A ação reúne representantes de empresas de turismo de Cascavel, que notaram a necessidade de disseminar o conhecimento construído na região e que torna o Oeste uma referência em produção e produtividade. “Estou maravilhada com a aceitação do nosso projeto. Utilizando nosso conhecimento em turismo, agora voltamos o olhar ao agronegócio, uma área muito rica em recursos e em tecnologia. Desejamos empregar muita gente e ajudar as pessoas”, conta Glaucia Rodrigues, integrante da AgroBrasil.

De acordo com Talita Fidelis, que teve a ideia da iniciativa, a rota turística será um turismo reverso. “Em vez de mandarmos as pessoas daqui para todos os cantos do mundo, como fazemos em nosso trabalho tradicional nas agências, desejamos trazer pessoas de outras localidades para cá, atraídas por tudo o que o nosso agronegócio tem a oferecer. Percebemos essa necessidade, então pretendemos profissionalizar o trabalho. Desejamos gerar empregos e negócios. O mundo poderá voltar os olhos para nossa região. Será algo inédito”, planeja. “Estamos selecionando os principais empreendimentos para fazer parte da nossa rota”, complementa Suely Frare, que também faz parte do projeto.  

A EnerDinBo, primeira usina híbrida de biogás e energia fotovoltaica do país, participa do projeto, cotada como um dos locais que elenca várias características para promoção do agronegócio regional, uma vez que une tecnologia e sustentabilidade, com a retirada do meio ambiente dos dejetos suínos, um gritante passivo ambiental.

A equipe da usina recebeu representantes da AgroBrasil para uma visita técnica e apresentou o espaço, as atividades e parceiros que têm permitido a realização de  um trabalho que traz benefícios a curto, médio e longo prazo. “Ao participar dessa rota, poderemos difundir o conhecimento que construímos aqui. Estamos em uma área muito próspera do agronegócio, então, temos a intenção de receber pessoas de outros contextos para que o sucesso daqui possa ser replicado fora. Nosso modelo de negócio é agrotecnológico, e nossa tecnologia, além de não prejudicar, ainda melhora o meio ambiente: retiramos uma grande  quantidade de passivos ambientais e promovemos a descarbonização de fato, pela geração de energia elétrica e pela utilização de biofertilizante orgânico. O principal ativo será plantar essa semente em pessoas interessadas que possam conhecer o que estamos desenvolvendo na EnerDinBo”, destaca Thiago González, diretor técnico da usina.

Representantes da Prefeitura de Ouro Verde do Oeste, município onde está a EnerDinBo, também acompanharam a visita, que poderá gerar oportunidades significativas à região. “A iniciativa vai oportunizar mais visibilidade aos produtores do nosso município. Temos aqui produtores de pitayas, peixes, uvas e derivados, a cachoeira do Lima, a EnerDinBo. Isso vai auxiliar no comércio, recursos, etc. A usina já nos trouxe grandes resultados, especialmente na questão ambiental com a utilização dos dejetos, que deixam de ser um problema e voltam como energia, e agora temos mais essa possibilidade de fazer parte da rota turística”, afirmou Bianca Ribeiro, secretária de desenvolvimento econômico, turismo e meio ambiente de Ouro Verde do Oeste.

As visitas continuam para unir parceiros de diversas áreas. A intenção da operadora é ter um pacote pronto, pré-formatado, com opções da cadeia produtiva da região. “A pessoa que tem interesse em uma área terá a oportunidade de conhecer um pouco de outras também.

Queremos agregar conhecimento. Estará incluso hotel, deslocamento, algumas refeições. O projeto-piloto será com estudantes das ciências agrárias. A pandemia ainda é uma dificuldade, mas estamos aproveitando o momento para nos estruturarmos para, no futuro, recebermos pessoas do mundo todo”, finaliza Talita.