Líderes comunitários, associações e cooperativas agrícolas cumprem importante papel para a organização produtiva do campo e agora podem atuar, também, como elos entre agricultores familiares e o AgroAmigo. Isso porque o programa de microcrédito rural, financiado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), conta com agentes de crédito credenciados que atuam de forma itinerante e em parceria com entidades locais.
Esses parceiros operacionais mapeiam lideranças, comunidades agrícolas tradicionais e negócios comunitários nas regiões Norte e Centro-Oeste, identificando a demanda de microempreendedores rurais por diversos serviços relacionados à consultoria, orientação financeira, suporte educacional e assistência técnica e ambiental.
Com a aplicação da metodologia do Programa Nacional do Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) do Governo Federal, os agentes oferecem suporte direto ao pequeno produtor para o melhor uso do microcrédito rural — que pode ser destinado à compra de insumos e equipamentos, investimentos em plantio e colheita, capital de giro, reformas em infraestrutura e ampliação da safra.
Por meio dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte e do Centro-Oeste, o MIDR pretende viabilizar até R$ 1 bilhão para promover a inclusão produtiva e melhorar a qualidade de vida de mais de 100 mil famílias. O ministério repassa os recursos para a Caixa Econômica Federal, que, por sua vez, terceiriza a operação do microcrédito para as instituições financeiras credenciadas. Atualmente, já foram assinados 10.610 contratos do AgroAmigo.
Entre as instituições credenciadas, está a CACTVS, que conta com cerca de 40 agentes de crédito distribuídos entre as regiões Norte e Centro-Oeste. Esses profissionais são técnicos agrícolas, zootecnistas, veterinários e agrônomos, com formação complementar em microfinanças. A atuação da CACTVS é baseada principalmente no atendimento itinerante, mas também inclui a possibilidade de vinculação desses profissionais a redes comunitárias, como colônias de pesca e associações, por exemplo.
O Coordenador de microfinanças da região Centro-Oeste, Guilherme Rafael, explica que a instituição busca ativamente possíveis beneficiários junto a líderes comunitários, a Emater regional ou por indicação da Caixa em mutirões de microcrédito , mobilizando equipes para a realização de palestras com os interessados.
“Em um determinado dia e horário marcado, com a presença dos demais integrantes dessa comunidade, é feita uma palestra informativa de educação financeira, explicando o processo da contratação do microcrédito, tirando todas as dúvidas”, relata.
Posteriormente, é exigida a identidade, o telefone pessoal, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) para contratar o AgroAmigo. O sistema da Caixa Econômica Federal faz uma verificação automática de elegibilidade e, em minutos, o produtor já sabe se foi pré-aprovado ou se há algum impedimento a ser resolvido.