Os impactos do tarifaço e as estratégias para ampliar as exportações brasileiras aos Estados Unidos foram tema da participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na abertura da terceira edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, realizado nesta terça-feira (25) pela Amcham, em São Paulo. Alckmin participou de forma remota.
Segundo o ministro, o governo brasileiro mantém tratativas constantes com autoridades norte-americanas para reduzir as tarifas adicionais impostas aos produtos nacionais. Ele lembrou que, nos últimos meses, os Estados Unidos retiraram sobretaxas de 238 itens — entre frutas, sucos, cafés e carnes — reduzindo para 22% a parcela das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%.
“O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou.
Alckmin destacou também as medidas internas adotadas pelo governo para apoiar setores afetados, como o Plano Brasil Soberano, que oferece R$ 40 bilhões em crédito com juros menores e garantias ampliadas. O objetivo, segundo ele, é dar fôlego às empresas que perderam mercado e manter a competitividade da indústria nacional.
O ministro reforçou ainda a importância de ações estruturais voltadas à inserção do país em atividades de maior valor agregado, mencionando iniciativas em data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. Ele citou o programa Redata, em tramitação no Congresso, como um dos instrumentos para atrair investimentos tecnológicos ao país.
Na programação do encontro, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel dedicado ao diálogo com o governo brasileiro, ao lado do embaixador Fernando Pimentel e do CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto. Tatiana afirmou que os resultados recentes mostram avanços concretos na relação bilateral e que a coordenação entre governo e setor privado tem sido decisiva para ampliar o acesso do Brasil ao mercado americano.
“Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente”, avaliou.
O debate também destacou o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre os dois países. Segundo Abrão Neto, o encontro reforça o compromisso histórico da Amcham em aproximar as duas maiores economias das Américas e em estimular oportunidades para o futuro da relação bilateral.
Com informações do MDIC