Produtos brasileiros como o café e as frutas, que ficaram de fora da lista de exceção anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, ainda podem ficar de fora do tarifaço de 50%. A sobretaxa tem gerado muitas preocupações para os dois setores, já que o mercado americano é um dos maiores para ambos. Com a aproximação da nova data limite, dia 6 de agosto, representantes dos dois setores ainda tentam reverter a decisão e incluir estes produtos na lista de exceção ou pelo menos diar a data.
De acordo com a especialista em economia, Juliana Rosa, da Band, estes produtos não competem diretamente com a produção americana (Estados Unidos não produzem café nem frutas tropicais, como manga ou melão), e por isso, ainda podem entrar na lista de exceções da tarifação. Os dois setores abastecem grande parte do mercado americano e os maiores prejudicados, no final, seriam os consumidores locais, já que, com tarifas, o preço final destes produtos deve disparar.
Apesar das possíveis exceções, a preocupação com as repercussões econômicas é evidente. Mais de 4000 pequenas empresas que exportam para os Estados Unidos poderiam ser gravemente afetadas, com muitas correndo o risco de falência. O peso das tarifas poderia ser tal que, mesmo com uma redução temporária nos preços internos de produtos como o café, o impacto negativo sobre as exportações seria devastador.
Além das preocupações com as empresas, o setor industrial também está em alerta. Várias indústrias foram criadas especificamente para atender às demandas do mercado americano e agora enfrentam incertezas significativas. Setores como o de calçados e pesca também foram mencionados como vulneráveis às novas políticas tarifárias.
No campo político, a situação também é complexa. "O quanto a má vontade do presidente Trump com o Brasil acaba sendo difícil de ser quebrada?", questionou a fonte, indicando que as negociações não serão apenas comerciais, mas também profundamente políticas. A esperança reside nas negociações entre o ministro Haddad e o secretário do Tesouro americano, com o objetivo de encontrar um terreno comum e possivelmente adiar o início da vigência das tarifas.
Enquanto isso, medidas emergenciais estão sendo consideradas pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos da tarifação, incluindo férias coletivas, redução de jornadas e salários, além de incentivos fiscais. Essas medidas refletem a seriedade da situação e a necessidade de uma resposta ágil e eficaz para proteger os interesses nacionais sem comprometer a soberania do país.