O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/MT) informou que o plantio da safra 2023/2024 de soja em Mato Grosso está relativamente atrasado, em relação ao mesmo período da safra passada, por causa das chuvas que atingem a região. A diferença é de 6,94%, apontou o instituto. De acordo com o instituto o plantio alcançou 70% da área prevista a ser semeada, de 12,2 milhões de hectares.
O Imea apontou que as regiões oeste e médio-norte são as que estão mais adiantadas no plantio, com cerca de 88% da área cultivada. Na região centro-sul do estado, a semeadura alcançou, até a última sexta-feira (27), 77% e a região noroeste, 70%. Já nas regiões norte e sudeste, o plantio atingiu 60,7% e 51,9%, segundo o Imea.
Os produtores rurais do estado estão preocupados com as irregularidades das chuvas e as altas temperaturas no período do plantio. Segundo Fernando Cadore, presidente da Aprosoja Mato Grosso, o clima com temperaturas elevadas no período pode colocar em risco lavouras já semeadas. “A temperatura alta pode comprometer o desenvolvimento e até fazer com que se perca as lavouras em desenvolvimento inicial. Além de trazer a insegurança, já coloca em risco a produtividade da nova safra”, afirmou.
Segundo Cadore, além do atraso no plantio da soja, o clima também pode provocar atrasos na próxima safra de milho e elevar ainda mais os custos de produção do cereal no estado. “Já temos muitos relatos de replantio de lavouras que precisam de água nos próximos dias sob pena de se perder”, diz.
Outra preocupação dos produtores é com a ocorrência da doença chamada ferrugem asiática da soja.
“Lavouras que serão plantadas mais tarde certamente vão sofrer com a ferrugem asiática”, diz. Nesta safra, alguns produtores obtiveram permissão [do Ministério da Agricultura] para cultivar soja antes do fim do período chamado vazio sanitário, que visa o maior controle da doença.