As chuvas começaram a chegar com mais frequência às regiões produtoras de soja do Brasil, mas o atraso no início das precipitações deverá impactar a safra deste ano, que tende a ser menor do que o previsto inicialmente. Segundo levantamento, em novembro de 2024, apenas 58% da área cultivada nos 12 estados responsáveis por 96% da produção nacional estavam semeados, enquanto no mesmo período do ano passado o índice era de 66%. Em Mato Grosso, principal estado produtor, o ritmo do plantio também ficou abaixo do registrado há um ano.
O AgroBand desta quinta-feira (13) mostra que os produtores enfrentam desafios em razão da irregularidade das chuvas, que obrigaram muitos agricultores a replantarem as lavouras.A produtora Marisa, que plantou cerca de 300 hectares de soja, afirmou que a expectativa é colher mais de 90 sacas por hectare, mas ressaltou a importância da água para garantir o investimento. “Quando você usa pivô, você tem que ter uma pessoa disponível para estar ali cuidando desse pivô, o que aumenta o seu custo", diz ela. “Fora os outros custos como os insumos”.
O início do plantio da soja ocorre entre setembro e outubro, após o período de vazio sanitário, que varia conforme o estado. Para produtores como Marisa, a largada acontece após a terceira chuva na lavoura ou quando o solo atinge um mínimo de 40 milímetros de água, condição ideal para a semeadura. Neste ano, entretanto, os atrasos nas precipitações resultaram em uma redução de 8 pontos percentuais na área cultivada em relação ao ciclo anterior.
Para a safra 2025/2026, a estimativa é de produção de 177 milhões de toneladas. No entanto, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso pede revisão do volume, devido às instabilidades climáticas. No entanto, apesar do cenário de incertezas, a previsão do tempo para o Centro-Oeste é positiva para os próximos dias, com expectativa de aumento das chuvas na maioria dos estados. No entanto, eventos climáticos como o tornado que afetou o Sul do país e o fenômeno La Niña, que intensifica a variação entre tempestades e estiagens, dificultam o trabalho dos meteorologistas.