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Cracóvia de Prudentópolis, no Paraná, agora tem Indicação Geográfica (IG)

Município, considerado o mais ucraniano do Brasil, tem na Cracóvia um símbolo de sua identidade cultural e econômica, impulsionando setores como turismo e gastronomia
22 jan 2025 às 16:27
Por: Assessoria de Imprensa
Cracóvia, produzida desde a década de 1960, é embutido feito com carne suína nobre, magra e selecionada. - Foto: Divulgação

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu, nesta terça-feira (21), o registro (nº BR402023000016-5) de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, para a cracóvia de Prudentópolis, na região Centro-Sul do Paraná. 


Produzida desde a década de 1960 por descendentes de imigrantes ucranianos, a cracóvia é um embutido feito com carne suína nobre, magra e selecionada, que não pode ser congelada, alho, sal, pimenta e especiarias. Após embalada, passa por um processo de defumação moderada, seguido de resfriamento por um período mínimo de 12 horas.


O presidente da Associação dos Produtores de Embutidos de Prudentópolis (Apep), Marcos Machulek, reforça que a obtenção do registro de IG para a cracóvia de Prudentópolis é uma conquista histórica, que reconhece o trabalho árduo e a tradição dos produtores. 


“Esse selo reforça não apenas a qualidade e a autenticidade do nosso produto, mas também evidencia a força do associativismo na valorização da cultura local e no fortalecimento da economia regional. A união dos produtores foi fundamental para alcançarmos esse marco, garantindo que a Cracóvia de Prudentópolis seja reconhecida e apreciada em todo o País, com a chancela de sua origem e excelência”, cita. 


O depósito de pedido foi realizado pela Apep, em setembro de 2023, sendo que a sensibilização dos produtores para a busca da IG começou em 2020, por meio de uma iniciativa do Sebrae/PR, com o apoio da Prefeitura Municipal, Unicentro e da Apep, que foi fundada e se fortaleceu durante o processo. Sebrae/PR, Sicredi e Prefeitura também fizeram aportes financeiros no projeto. 

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Para a consultora do Sebrae/PR, Mariana Santana Scheibel, o reconhecimento do INPI fortalece a tradição local, garantindo mais visibilidade e valorização para o produto.


“O estudo para a busca da IG para a Cracóvia de Prudentópolis comprovou a notoriedade do produto, sua fama, a delimitação geográfica, entre outros fatores. Os produtores já estavam organizados, seguindo o Caderno de Especificações Técnicas, mas o reconhecimento por parte do INPI coloca o Município no radar das IGs, agregando ainda mais valor à Cracóvia”, explica. 


Os próximos passos, segundo ela, envolvem trabalhar em conjunto com o grupo de produtores para expandir o mercado, fortalecer a IG e incentivar o associativismo. De acordo com ela, a obtenção da IG impulsiona o desenvolvimento territorial, beneficiando setores indiretos como o turismo e o comércio, com impactos positivos na geração de emprego e renda.

Relevância 

A Indicação Geográfica (IG) é importante para os pequenos negócios, pois é considerada um diferencial competitivo. Além disso, esse signo permite a valorização dos produtos tradicionais brasileiros e a herança histórico-cultural, protegendo as regiões produtoras. Nesse contexto, o legado agrega à área de produção definida tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. 

 

A maior parte das Indicações Geográficas é formada pelos pequenos negócios, segundo levantamento do Sebrae. O reconhecimento de uma IG, no Brasil, é obtido por meio de registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).  Hoje o País possui Indicações Geográficas em vários setores, como vinhos, artesanatos, cafés, queijos, frutas, entre outros.

Cracóvia é símbolo de Prudentópolis, conhecida como a cidade mais ucraniana do Brasil. Foto: Divulgação

Paraná

O ano de 2025 começou com mais sabores e reconhecimento no Estado. No dia 14 de janeiro, o INPI concedeu a IG das broas de centeio de Curitiba, registro que engloba os municípios de Curitiba, Araucária, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais e Piraquara. 

 

Agora, com a cracóvia de Prudentópolis, o Paraná tem 16 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus; camomila de Mandirituba; uvas finas de Marialva e as broas de centeio de Curitiba. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, que também envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o mel de melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

 

O Paraná é segundo estado do Brasil em número de Indicações Geográficas. Fica atrás somente de Minas Gerais que tem 20 e é seguido pelo Rio Grande do Sul, com 13 registros.

 

Outros produtos estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no INPI: tortas de Carambeí; mel de Prudentópolis; urucum de Paranacity; queijos do Sudoeste do Paraná; carne de onça de Curitiba; café de Mandaguari; ponkan de Cerro Azul; ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu; ginseng de Querência do Norte e ostras do Cabaraquara.

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