Agro

Crédito de biodiversidade do Paraná é destaque na Conferência da Mata Atlântica

20 ago 2025 às 22:13

O segundo dia da Conferência da Mata Atlântica, nesta quarta-feira (20), em Curitiba, foi marcado pelo intercâmbio de sugestões e propostas voltadas a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O Paraná, novamente, foi protagonista por ter se tornado o primeiro governo subnacional do mundo a instituir uma política de créditos de biodiversidade como forma de incentivar a preservação do meio ambiente.

O programa, batizado de Política Estadual de Crédito de Biodiversidade no Estado do Paraná, foi lançado em outubro do ano passado, durante a 16ª edição da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Diversidade Biológica, a COP16, em Cali, na Colômbia, e será apresentado na COP30, em novembro, em Belém (PA).


Organizada pelo Governo do Paraná, a Conferência da Mata Atlântica conta com a participação representantes do Consórcio Brasil Verde, da Prefeitura de Curitiba e de lideranças ambientais e sociais. O evento, no Salão de Atos do Parque Barigui e na Capela Santa Maria, também na capital paranaense, termina nesta quinta-feira (21) – confira a agenda completa AQUI.


“O Governo do Paraná é pioneiro nessa política de créditos de biodiversidade, o que faz do Brasil também protagonista. A ideia é criar um fluxo positivo para a conservação da natureza. Captar recursos para reservas naturais tem um impacto extremamente positivo, seja para o dono da área, que é recompensado por preservar, ou para o empresário, que pode compensar o impacto que causa à natureza”, destacou a diretora-executiva do Instituto Life, Regiane Borsato, que integrou o painel “Adaptação às Mudanças Climáticas”, mediado pelo diretor-presidente do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Paulo de Tarso.


A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), inclusive, divulgou em julho o edital para adesão de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) ao projeto de créditos de biodiversidade do Paraná. A iniciativa, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) por meio do Fundo Verde, busca unir conservação ambiental e geração de renda através da certificação de áreas privadas de preservação e da compra de créditos de biodiversidade adquiridos pela instituição financeira.


O banco vai investir R$ 2 milhões para fomentar essas certificações de biodiversidade nas 20 áreas privadas já declaradas como de preservação ambiental. “A árvore em pé tem valor, por isso a importância de certificações como essa. O que antes era um ativo invisível, passou a ter valor, impactando prefeituras, comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas, entre outros”, afirmou a conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria Tereza Uille Gomes.