A cadeia leiteira brasileira, incluindo o Paraná, enfrenta uma crise grave em 2025, causada pelos baixos preços pagos aos produtores. Segundo a Nota Técnica nº 21/2025 do Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), o valor recebido pela matéria-prima registra preços abaixo de R$ 2,00 por litro, insuficientes para cobrir os custos de produção.
A situação é sazonal, com a remuneração tendendo a cair no segundo semestre, período de safra que aumenta a oferta de leite. Entretanto, a crise atual é agravada por três fatores principais:
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O aumento das importações de leite em pó e queijo, principalmente de países do Mercosul, que vêm crescendo desde 2023 e já registram recordes mensais.
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A baixa capacidade de compra do consumidor.
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O impacto sobre a agricultura familiar, responsável pela maior parte das propriedades leiteiras, que, para arcar com despesas, aumenta a produção, elevando o volume captado e pressionando ainda mais os preços.
A FAEP destaca que o custo médio de produção no Paraná era de R$ 2,62 por litro em agosto de 2024. Assim, segundo dados do Cepea, os produtores passaram a operar com prejuízo a partir de agosto de 2025.
O Sistema FAEP atua em defesa da categoria, cobrando ações governamentais efetivas sobre as importações desde 2023. Em âmbito estadual, obteve a aprovação do Decreto nº 5.396/2023, que incluiu o leite em pó e o queijo muçarela importados na alíquota comum de ICMS.
Em nível nacional, a FAEP pede ao governo federal urgência na revisão da investigação de dumping sobre o leite em pó do Mercosul, reforçando o apoio aos produtores fortemente impactados pela crise.