A exportação de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos enfrenta uma situação delicada devido ao anúncio de um novo tarifário imposto por Donald Trump, que prevê aumento de 50% nas tarifas, a ser implementado a partir de 1º de agosto. As negociações entre os dois países ainda não avançaram significativamente, mas o impacto já é sentido no setor, com uma queda acentuada nas vendas nos últimos meses. O anúncio da tafifa adicional intensificou esta queda.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), houve uma redução drástica nas toneladas de carne bovina vendidas aos Estados Unidos, caindo de mais de 47.000 toneladas entre março e abril para 9.745 toneladas até 21 de julho, o menor patamar desde o início do ano. Essa diminuição nas exportações já reflete as consequências das ameaças tarifárias de Trump sobre o Brasil.
Ana Amélia Lemos, ex-senadora e comentarista do AgroMais, expressou preocupação com a situação. "Em abril, o Brasil obteve o pico, um recorde de exportação de carne bovina para os Estados Unidos. Agora, tivemos uma queda de 61% no mês de junho. Isso significa já um impacto pesado sobre um setor da economia brasileira?" questionou Ana Amélia, destacando a importância de uma frente parlamentar ativa para trabalhar sobre esse tema.
A ex-senadora também comentou sobre o papel de Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura e atual senadora, que esteve nos Estados Unidos negociando não apenas a questão do etanol, mas outros temas de interesse bilateral. "A missão dela é política agora", disse Ana Amélia, ressaltando que o objetivo é tentar uma mediação política com o Congresso americano e as autoridades do comércio do governo Trump.
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, também foi mencionado como uma figura chave neste processo, enfatizando que as relações estão sendo tratadas de maneira muito discreta e profissional, focadas no interesse econômico bilateral. Ana Amélia criticou a abordagem de bravata política e reforçou a necessidade de uma negociação madura e pragmática. "Nós precisamos é de maturidade, profissionalismo e responsabilidade, tendo em mente a soberania e a defesa dos interesses brasileiros", afirmou, alertando para os riscos de uma postura agressiva nas negociações.