Especialistas do setor de feijão, pulses e colheitas especiais se reuniram nesta quinta-feira (4), em Brasília, para tratar da abertura do mercado chinês para exportação do gergelim brasileiro. Uma comitiva do governo brasileiro embarca para China ainda este mês para negociar protocolos de exportação entre os dois países.
Além de exportar produtos agropecuários como carne bovina e suína, frango, soja e açúcar para China, o Brasil pode começar a vender gergelim ao mercado internacional. O país asiático é o maior comprador da semente no mundo, responsável pela importação de cerca de 50% da produção mundial.
“A China demanda muito gergelim, eles consomem muito gergelim e os países que são exportadores, que são vizinhos deles, mas são países que também tem instabilidade, algumas vezes até políticas e de problemas entre eles e acabam não conseguindo cumprir com as exportações e nós temos essa opção. Nós temos condições. Hoje o gergelim no Brasil vem crescendo gradativamente, vem dobrando a cada ano”, afirma o presidente da Câmara Setorial Cadeia do Feijão, Afrânio Migliari.
As tratativas entre a comitiva brasileira e o governo chinês começaram acerca de dois anos. Mas para o Brasil conseguir vender o gergelim produzido em solo nacional ao país chinês, é preciso negociar protocolos exigidos pela China.
“Nós esperamos por conseguir concluir essa negociação com questões técnicas para que o exportador brasileiro possa exportar o produto com a qualidade de segurança e atender os requisitos chineses. A questão que a gente discutir agora é ter os melhores requisitos técnicos possíveis, ou seja que causam o menor nível de custo e oneração ao exportador brasileiro”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Gourlat.
A expectativa do governo brasileiro e do setor produtivo de feijão, pulses e colheitas especiais é que o Brasil consiga exportar o gergelim para a China ainda neste ano.
“É uma possibilidade vai depender muito novamente da gente conseguir celebrar o protocolo de exportação de gergelim para a China. Se nós conseguirmos, existe uma chance razoável para isso seria possível. Aí dependeria dos exportadores terem capacidade de celebrar os contratos comerciais e embarcar o produto”, afirma Goulart.
O Brasil produziu mais de 174 mil toneladas de gergelim 2023. Os setores espera acolher 30% a mais neste ano.
“Nós já ultrapassamos a 100 mil toneladas, estamos na expectativa de como vão ser as coisas agora, nessa safra, dependendo de clima. Há uma possibilidade de um aumento bastante substancial da área. E não é preocupante do ponto de vista do produtor porque a demanda é bem maior do que a nossa produção atual de gergelim”, disse o presidente da Ibrafe, Marcelo Luders.
Outro assunto abordado foi aprovação dos Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do feijão durante a primeira safra na região centro-oeste, sudeste, sul, além dos estados da Bahia e do Pará.
“Os pesquisadores eles verificam qual é o melhor momento para determinada cultura e em determinadas regiões. Então a gente sabe que existe muitas vezes mudanças climáticas ou novas cultivares e feijões com ciclos diferentes e isso tem o respaldo da ciência e qual é o melhor momento para se plantar em cada região. Isso é bastante importante para o produtor uma vez que qualquer cultura implica em um investimento bastante grande para você implantar e a gente precisa diminuir os riscos”, completou Luders.