Em 2023, as lavouras de arábica registraram uma importante recuperação produtiva, o que levou a safra 2023/24 a ser estimada, em dezembro/23, em 55,1 milhões de sacas (arábica e robusta) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), volume 8,2% maior que o da temporada 2022/23.
Segundo pesquisadores do Cepea, como reflexo da elevação da oferta, os preços do grão caíram e operaram, na maior parte de 2023, em patamares considerados baixos por produtores. No caso do arábica, as lavouras enfrentaram diversos problemas entre 2021 e 2022, relacionados a geadas e estresse hídrico das plantas. Já no ciclo 2023/24, o clima possibilitou uma melhora na produção, sobretudo em regiões mineiras, ainda que este tenha sido ano de bienalidade negativa.
Quanto ao robusta, agentes consultados pelo Cepea indicaram que a queda na produção esteve atrelada a problemas climáticos logo no início do ciclo – fortes ventanias e falta de chuvas –, que resultavam em abortamento elevado das floradas. Já em relação à safra seguinte, a 2024/25, diferentemente do observado em 2023/24, o clima vem causando perdas produtivas e incertezas para a colheita.
Diante da atuação do fenômeno climático El Niño, ondas de calor e fortes temporais acompanhados de ventos e de queda de granizo em algumas localidades acarretaram em danos em diversas lavouras, como alto índice de abortamentos.