Cerca de 1,5 milhão de hectares degradados em todo o país poderão ser recuperados até 2027 com o dinheiro aportado por 11 instituições financeiras no segundo leilão do Programa Eco Invest Brasil. As instituições aportaram R$ 17,3 bilhões em recursos catalisadores, que poderão destravar até R$ 31,4 bilhões em investimentos totais, públicos e privados.
O Tesouro Nacional divulgou nesta semana o resultado do segundo leilão do programa, lançado no ano passado, e que pretende mobilizar capital privado para projetos sustentáveis. O Eco Invest Brasil integra o Plano de Transformação Ecológica, lançado em 2023.
Por meio do capital catalítico, o governo e instituições financeiras privadas aportam recursos de forma filantrópica, com maior tolerância a risco, que levam em conta o retorno social dos projetos. Esse dinheiro consegue alavancar recursos para investimentos convencionais, regidos pela lógica do mercado.
Segundo o Tesouro, dos R$ 17,3 bilhões levantados no leilão, R$ 16,5 bilhões vieram da linha pública de capital catalítico do Eco Invest.
Edital
Com o edital lançado em abril, o segundo leilão do Eco Invest Brasil tem como objetivo mobilizar recursos para recuperar cerca de 1,5 milhão de hectares de terras degradadas nos biomas da Mata Atlântica, do Cerrado, da Caatinga, do Pampa, do Pantanal e da Amazônia. A Floresta Amazônica foi incluída no segundo leilão no fim de junho.
Após duas prorrogações de prazo, as propostas foram enviadas até 21 de julho. Os projetos tiveram de seguir critérios ambientais rigorosos, incluindo a recuperação do solo e a preservação da fauna e da flora.
Cada lance foi avaliado com base no nível de alavancagem proposto e no volume de hectares a serem recuperados, com exigência de valor mínimo de R$ 100 milhões. Os recursos levantados serão usados pelo Programa Caminho Verde Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária, e pelo Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.