O primeiro levantamento realizado pela consultoria Datagro GRãos para a safra de soja 2023/2024 da América do Sul estima uma produção de 231,28 milhões de toneladas. Caso se confirme, esse volume significaria uma elevação de 20% sobre as 192,10 milhões de toneladas da frustrada temporada 2022/2023.
Para a área cultivada com o grão, a consultoria projeta 68,26 milhões de hectares, alta de 7% sobre os 63,99 milhões de hectares da revisada safra 2022/2023. Em caso de confirmação, configuraria um novo recorde histórico e o sétimo aumento consecutivo.
Em relação à produtividade média, a projeção inicial da consultoria aponta para relativa normalidade climática, isto é, o quadro não se mostra excelente e nem com perdas gerais. "Mas desta vez com provável favorecimento em tempos de impacto do fenômeno El Niño; favorecido também pela retração nos custos de produção, o que deve levar ao positivo uso de insumos na montagem desta nova safra”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da Datagro.
O potencial inicial de produção do Brasil, maior produtor global da oleaginosa, é de 163,00 milhões de toneladas, avanço de 4% sobre o recorde de 157,07 milhões de toneladas registrado na safra 2022/2023. Projeta-se o 17º ano consecutivo de ampliação na área de soja, passando de 44,68 milhões de hectares para 45,37 milhões de hectares.
Os números preliminares da Argentina indicam boa recuperação na área plantada após três anos seguidos de forte recuo, saindo de 16 milhões de hectares para 17,05 milhões de hectares e, se o clima não atrapalhar, a área colhida poderá ser de 16,56 milhões de hectares, ante 13,50 milhões de hectares na temporada 2022/23. O potencial de produção é de 50,50 milhões de toneladas, o que representaria crescimento de 135% ante a safra atual.
Em relação à área do Paraguai, a consultoria estima 3,55 milhões de hectares, contra 3,41 milhões de hectares em 2022/23; a produção, levando-se em conta o clima regular, deve ser de 10,65 milhões de toneladas, no somatório das safras de verão e de inverno, ante 9,25 milhões de toneladas em 2022/23.
Para a Bolívia, o levantamento indica que a área pode alcançar um novo recorde, passando dos atuais 1,44 para 1,46milhões de hectares; a produção está estimada em 3,43 milhões de toneladas, 1% acima da safra atual.
Para o Uruguai, projeta-se 1,32 milhões de hectares, incremento de 7,8% na comparação com a área plantada no ciclo 2022/23. O potencial produtivo está previsto em 3,70 milhões de toneladas, volume 311% superior à desastrosa produção do ano atual, o que seria um novo recorde histórico.