A partir desta quarta-feira (6), vários setores do agronegócio passam a enfrentar um novo desafio, as tarifas de 50% sobre os produtos de exportação para os Estados Unidos. Carnes bovinas, café, frutas, pescados, mel são alguns dos setores que ficaram de fora da lista de isenção de tarifas e devem pagar mais caro para entrar no mercado norte-americano. Estes setores, que são essenciais para a economia brasileira, projetam perdas bilionárias devido à nova taxação. Para o setor de carnes, a estimativa é que o prejuízo seja de US$ 1 bilhão.
Sem negociações estabelecidas, os produtores rurais e exportadores aguardam o anúncio do governo federal sobre um programa de ajuda às indústrias afetadas. No entanto, ainda não há detalhes concretos sobre quando esse programa será lançado ou quais serão as especificidades do auxílio. Uma preocupação central é a manutenção dos empregos nesses setores, especialmente porque algumas indústrias, como a de pescados, enfrentam dificuldades adicionais como a incapacidade de armazenar produtos por longos períodos. Isso torna urgente a busca por novos mercados que possam substituir os norte-americanos, que foram tradicionalmente grandes compradores desses produtos.
Além dos problemas econômicos, a tarifação também impacta diretamente o cotidiano dos consumidores brasileiros, especialmente no que se refere ao consumo de carne. Nos Estados Unidos, a preferência é por cortes dianteiros como peito e paleta, que geralmente são utilizados em misturas para hambúrgueres. No Brasil, por outro lado, os cortes traseiros como alcatra, colchão mole e contrafilé são os mais apreciados, principalmente em churrascos.
Já a China, que é o maior importador de carnes bovinas brasileiras, também não importa os cortes traseiros e sim, os dianteiros, miúdos, tripas e carnes salgadas. Em 2024, o Brasil exportou 2,87 milhões de toneladas de carne para a China.