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Venda de etanol hidratado é a maior dos últimos 42 meses no Brasil

14 jun 2024 às 18:00
Por: BAND
- Foto: Wenderson Araujo

As usinas de etanol, de cana-de-açúcar e milho, processaram, na segunda quinzena de maio, 45,19 milhões de toneladas. A informação foi divulgada pela União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta sexta-feira (14), que mostrou que esse volume ainda está menor que no mesmo período do ano passado. 


No acumulado da safra 2024, porém, a moagem atingiu 140,74 milhões de toneladas. No ano passado, neste período, foram 126,62 milhões de toneladas, uma alta de 11,15%.


O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, explica que a retração constatada no processamento de cana no final de maio se deve à condição climática desfavorável para colheita, que impactou o ritmo de moagem em algumas áreas no Paraná, Mato Grosso do Sul e na região de Assis (SP). “Esse movimento foi parcialmente compensado pelo clima seco que favoreceu a colheita em Minas Gerais, Goiás e na região central do Estado São Paulo”, conclui Rodrigues.


Na segunda metade de maio, quatro usinas deram início à safra 2024/2025 e ao todo, 249 estão em atividade: 232 utilizam cana-de-açúcar e nove, milho. Outras oito usinas são flex e usam as duas matérias-primas.


De acordo com a Unica, a matéria-primaa atingiu 129,85 kg de ATR por tonelada de cana (ATR é o índice de açucar recuperado da cana). A média de ATR na safra tem sido de 122,07 kgs por tonelada.

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Produção de açúcar e etanol


As usinas da região Centro-Sul produziram, na segunda quinzena de maio, 2,7 milhões de toneladas de açúcar, uma queda de 7,7% se comparada com a quantidade registrada em maio da safra passada, mas no acumulado do ano, a produção é de 7,84 milhões de toneladas, 11% acima.


Essa redução na produção quinzenal de açúcar se deve à retração observada na moagem e à menor proporção de cana-de-açúcar direcionada à fabricação do adoçante. Com efeito, 48,28% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar na última quinzena, ante 48,65% observados no mesmo período da safra 2023/2024.


Segundo Rodrigues, “em uma avaliação detalhada por unidade produtora, é possível verificar certa dispersão na dinâmica de produção de açúcar. Isso porque um terço das empresas ampliou a produção do adoçante por tonelada de cana-de-açúcar processada na última quinzena e os outros dois terços reduziram esse índice na comparação com o valor observado na mesma quinzena da safra 2023/2024”.


“A menor concentração de ATR, o baixo nível de pureza, o elevado teor de açúcares redutores, o maior teor de fibra e até mesmo a presença de dextrana na cana-de-açúcar processada impactaram negativamente a produção de açúcar em várias unidades. Esses elementos estão associados à moagem de cana bisada, de matéria-prima que não completou o ciclo de desenvolvimento e de lavoura com maturação prejudicada pelas condições climáticas”, explicou o executivo da UNICA.


No período analisado, as usinas produziram 2,12 bilhões de litros de etanol - 1,28 bilhão de litros (+6,49%) de etanol hidratado e 837,67 milhões de litros (-8,95%) de etanol anidro. Etanol hidratado é usado diretamente para abastecer os veículos e o anidro, para misturas na gasolina. No acumulado, o volume é de 6,46 bilhões de litros (+10,42%), sendo 4,32 bilhões de etanol hidratado (+24,97%) e 2,14 bilhões de anidro (-10,59%).


Do total de etanol obtido na segunda quinzena de maio, 16% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 338,15 milhões de litros neste ano, contra 224,86 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 50,38%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,20 bilhão de litros – avanço de 28,83% na comparação com igual período do ano passado.


Vendas de etanol


Em maio, as vendas de etanol totalizaram 2,97 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 22,51% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. Trajetórias distintas foram registradas entre o hidratado e anidro: o primeiro, registrou crescimento de 46,80% (1,93 bilhão de litros) e, o segundo, queda de 6,36% no volume comercializado (1,03 bilhão de litros).


No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,87 bilhão de litros em maio deste ano, o que representa um aumento de 46,47% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda mensal de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 997,35 milhões de litros, retração de 4,16%.


“O volume comercializado no último mês representa o maior valor registrado pelas unidades do Centro-Sul desde outubro de 2020, quando foram vendidos 1,88 bilhão de litros”, acrescentou Rodrigues.


No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 5,81 bilhões de litros, registrando crescimento de 28,57%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 3,86 bilhões de litros (+51,64%), enquanto o de anidro alcançou 1,96 bilhão de litros (-1,10%).

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