Os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira deixaram nesta segunda-feira (18) a defesa do executivo Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos, preso preventivamente desde a semana passada, investigado pela morte a tiros do gari Laudemir de Souza Fernandes, em Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Civil, Nogueira Junior teria atirado contra Fernandes após se irritar com a presença de um caminhão de lixo parado, impedindo o fluxo de carros na rua enquanto aguardava a coleta.
O suspeito queria passar com o carro e, inicialmente, ameaçou atirar na motorista do caminhão. Acabou disparando contra Laudemir, que fazia a coleta. Nogueira Junior nega ser o autor do disparo que matou o gari.
Consultado pelo Estadão, Leonardo Salles confirmou que ele e os sócios deixaram o caso. Em nota, Salles afirmou que, "após conversa reservada" com o cliente, decidiu, "por motivo de foro íntimo, renunciar à sua representação nos autos da investigação que apura a morte do Sr. Laudemir".
O caso
Ao ver a rua bloqueada pelo caminhão de lixo, Nogueira Junior ameaçou "atirar na cara" da motorista, segundo testemunhas. Quando Laudemir e colegas a defenderam, ele sacou a arma e atirou, atingindo o gari no tórax. A vítima foi encaminhada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu.
O empresário fugiu, mas foi preso em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, em Belo Horizonte. A arma usada, uma pistola calibre .380, pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê. Perícia confirmou que foi a mesma arma usada no crime.
A Polícia Civil indiciou Nogueira Junior por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça.