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Caso Vitória: suspeito armazenava imagens da vítima no celular e pesquisou como cortar pescoço

Brasil Urgente teve acesso ao relatório com informações sobre o conteúdo do celular de Maicol Antonio Sales, preso suspeito de envolvimento na morte de Vitória Regina de Sousa
17 mar 2025 às 15:40
Por: Band
Reprodução

A reportagem do Brasil Urgente teve acesso com exclusividade ao relatório que consta informações sobre o conteúdo do celular de Maicol Antonio Sales, preso suspeito de envolvimento na morte de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos


A primeira imagem do relatório tem uma captura de tela de uma postagem de Vitória feita no dia que ela desapareceu. Na foto, aparece o horário da publicação com a frase: “bora para casa que amanhã tem mais”. 


Ele armazenava no celular fotos da jovem de 17 anos desde setembro de 2024, mas que foram apagadas logo após Vitória Regina desaparecer. Os arquivos foram recuperados com o auxílio de uma ferramenta israelense, o Cellebrite. 


Além disso, foram encontradas imagens de facas e de um revólver, possivelmente calibra 38. A polícia investiga se o suspeito tinha uma arma. 

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Em entrevista ao Brasil Urgente, o perito Cleiton Sá declarou que teve acesso a uma pesquisa feita por Maicol no celular. Segundo ele, o suspeito procurou na internet como cortar o pescoço de uma pessoa. 

Tecnologia recupera dados do celular do suspeito 


Um equipamento de origem israelense, o Cellebrite, conseguiu recuperar arquivos apagados do celular de Maicol. Entre eles, fotos de Vitória e de outras jovens com características físicas semelhantes. Para a investigação, isso pode indicar uma fixação do suspeito na vítima e reforçar a suspeita de um crime premeditado.


Investigação 

E um novo elemento surge na investigação. O mecânico do pai de Vitória também fazia serviços para Maicol. No dia do desaparecimento da jovem, o carro do pai dela estava na oficina. O suspeito pode ter visto o veículo na mecânica ou até mesmo ter obtido informações sobre ele estar danificado. E exatamente isso pode ter sido um gatilho para o crime.


Outra peça desse quebra-cabeça é o depoimento de um homem apontado como melhor amigo de Maicol. Ele compareceu à delegacia, mas estava embriagado. Por isso as declarações não foram colhidas. A polícia aguarda um novo depoimento dele na segunda-feira.


Algumas respostas podem estar nos laboratórios da polícia técnico-científica. Os peritos analisam o sangue encontrado na casa de Maicol, que pode ter sido usada como cativeiro e no tapete do Corolla prata.


Também são analisados fios de cabelo achados no carro do suspeito e na mata onde o corpo foi deixado. Durante a semana, Maicol foi ao IML para exame de DNA e coleta de impressões digitais. 


Desaparecimento de Vitória 


A Vitória trabalhava em um shopping da região e desapareceu na noite de 26 de fevereiro, quando voltava para casa após o expediente. Imagens de câmeras de segurança mostram Vitória caminhando em direção a um ponto de ônibus –  trajeto que costumava fazer diariamente. 


Dois homens em um carro pararam brevemente para conversar com ela. Desconfiada da abordagem, a jovem enviou mensagens para uma amiga, expressando seu desconforto com a atitude da dupla. 


Enquanto ela ainda estava no local, outros dois homens chegaram ao ponto e também permaneceram ali. Os três embarcaram no ônibus, mas, segundo Vitória, eles teriam descido antes dela.


De acordo com o  depoimento do motorista do ônibus, ela desceu sozinha no mesmo local de sempre, em uma estrada de terra do bairro Ponunduva, região de chácaras onde vivia com a família. Esse foi o último lugar onde foi vista.


Quando Vitória foi encontrada?


O corpo de Vitória foi encontrado na tarde de quarta-feira (5) em uma área de mata fechada em Cajamar, a cerca de 5 quilômetros de sua casa, já em estado avançado de decomposição. Ela foi identificada pelos familiares através de uma tatuagem de borboleta na perna e um piercing no umbigo.


O corpo foi encaminhado ao IML de São Paulo, onde exames revelaram sinais de tortura e indentificou marcas de facadas no pescoço, rosto e tórax, tido como o ferimento fatal. A Polícia não divulgou informações sobre possíveis sinais de abuso sexual.


O delegado do caso, Aldo Galeano, disse ao Brasil Urgente que a garota estava com o cabelo raspado, degolada e apresentava vestígios de sacos plásticos nas pontas dos dedos, o que indicaria uma tentativa dos envolvidos de se protegerem contra possíveis arranhões, uma vez que isso poderia deixar material genético dos criminosos nas unhas da vítima.


Galeano acredita que, dada a crueldade do crime, seria pouco provável o envolvimento de uma única pessoa. O fato da jovem ter tido seu cabelo raspado também indica que o crime tenha acontecido por vingança, padrão frequentemente visto em casos de envolvimento passional com alguma pessoa ligada ao crime organizado.


A Polícia também acredita que o local onde Vitória foi encontrada não é o mesmo onde o crime aconteceu. Pelo nível de decomposição do corpo, estima-se que ela tenha sido morta no fim de semana e seu corpo estivesse no local há pelo menos quatro dias.

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