O governo brasileiro assinou um acordo com a empresa chinesa SpaceSail, concorrente da Starlink de Elon Musk, para estudar a demanda de internet via satélite no Brasil. A cerimônia de assinatura ocorreu nesta terça-feira (19) em Brasília e é só um primeiro passo do compromisso, mas ainda não garante o fornecimento do serviço.
A cooperação assinada com a Telebras prevê avaliação de cenários. Os termos do acordo são focados na previsão de estudos sobre a demanda de internet em locais que a infraestrutura de fibra óptica não chega, como áreas rurais. Também, a possibilidade de parcerias para levar inclusão digital a essas regiões. Somente após esses estudos, o governo entenderá viabilidade de parcerias concretas para possíveis investimentos no serviço.
Também foi feito acordo com a Administração Nacional de Dados da China. A parceria prevê a troca de informações sobre os mercados e coordenação em foros internacionais. O órgão do governo chinês tem como responsabilidade criar sistemas e padrões para a economia digital do país. Internacionalmente, apoia iniciativas de cidades inteligentes e desenvolvimento da infraestrutura digital.
Governo Lula ofereceu base militar no Nordeste para uso. A Base de Alcântara, no Maranhão, foi indicado como local para o lançamento dos satélites, informou a Bloomberg. Embora tenha apenas 36 satélites em órbita hoje, a SpaceSail planeja ter 600 até o final de 2025 —cerca de um décimo do número que o Starlink tem em órbita.
Cooperação ocorre após visita do governo brasileiro à China. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi ao país asiático em outubro "para abrir oportunidades comerciais e tecnológicas e buscar investimento no Brasil", informou a pasta. O ministro visitou a sede da SpaceSail e da Galaxy Space, segundo o jornal The Economist.
A operação da SpaceSail ainda não foi iniciada e está prevista para 2026. Para atuar no Brasil, a empresa chinesa precisa de autorização da Anatel e abrir um CNPJ no país.
Como é tecnologia chinesa
Tecnologia da SpaceSail baseia-se em um sistema de satélites de órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). Os satélites ficam em órbita a cerca de 2.000 km de altitude e de forma sincronizada com a rotação da Terra. Isso dá a impressão de que eles estão parados quando vistos do solo.
São necessários ao menos 40 satélites para que haja uma cobertura global suficiente. Eles são muito usados em serviços de internet de banda larga, que exigem uma taxa de resposta imediata.