O deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD), voltou a ser alvo da Justiça nesta quarta-feira (1º). Ele é suspeito de chefiar uma milícia na Bahia e está na mira de mais uma operação policial, que também prendeu sua esposa e seu filho.
Binho Galinha foi eleito deputado estadual em 2022. Atualmente no Partido Renovação Democrática, ele conquistou 0,63% dos votos válidos no pleito, à época pelo Patriota.
Natural de Milagres (BA), Binho construiu sua carreira política em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado. Por lá, consolidou apoios que o levaram à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Investigações o colocam como chefe de milícia. Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público da Bahia, o parlamentar lideraria uma organização criminosa armada com atuação em jogo do bicho, agiotagem, lavagem de dinheiro e receptação de veículos. O grupo também é acusado de usar policiais civis e militares como braço armado para cobranças com ameaça de morte.
Família também é investigada. As investigações apontam que a esposa de Binho, Mayana Cerqueira da Silva, ajudava na movimentação financeira por meio de empresas de fachada. O filho do casal, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, também foi citado como participante, em uma espécie de "aprendizado" dentro do esquema. Ambos já foram presos em operações anteriores.
Operações ocorrem desde 2023. O nome de Binho passou a aparecer em investigações a partir de dezembro de 2023, quando foi deflagrada a Operação El Patrón. Desde então, uma série de ações policiais — como as operações Hybris e Estado Anômico — atingiram diretamente o deputado e seus aliados. Em uma delas, a Justiça bloqueou R$ 200 milhões em bens do grupo, incluindo fazendas, imóveis urbanos e veículos de luxo.
O que diz o deputado: Alvo de buscas e denúncias, Binho Galinha tem negado participação em atividades criminosas. Em nota divulgada após as primeiras operações, afirmou estar "à disposição da Justiça" e garantiu que "tudo será esclarecido no momento próprio". Ele segue exercendo o mandato, mas responde a processos que tramitam na Justiça baiana.