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Diretor de órgão eleitoral diz que não recebeu provas da vitória de Maduro

26 ago 2024 às 15:34

Juan Carlos Delpino, diretor do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela, denunciou "irregularidades" nas eleições de 28 de julho, quando Nicolás Maduro foi declarado reeleito. Ao jornal New York Times, ele disse não ter recebido nenhuma prova de que Maduro venceu e pediu desculpas à população venezuelana. 


Para diretor do CNE, órgão eleitoral 'falhou' com o país. "Estou envergonhado, e peço perdão para o povo da Venezuela. Porque todo o plano que foi elaborado — realizar uma eleição aceita por todos — não foi alcançado", disse o advogado ao NYT. Delpino é um dos dois diretores do CNE alinhados à oposição de Maduro e está escondido, com medo de sofrer represálias do governo.


Delpino denunciou irregularidades no processo eleitoral. Em comunicado publicado no X (antigo Twitter), o diretor do CNE citou a retirada de testemunhas da oposição durante o encerramento das mesas receptoras e a interrupção da transmissão dos resultados devido a um suposto ataque hacker. Houve "silêncio e atrasos não explicados", criticou Delpino. 


Oposição diz ter vencido a eleição com 67% dos votos. O número consta nas cópias das atas de votação publicadas na internet, consideradas "forjadas" pelo regime de Maduro. O Centro Carter, um dos poucos observadores independentes que acompanharam a eleição, analisou os documentos divulgados pela oposição e confirmou a vitória do Edmundo González Urrutia com mais de 60% dos votos.


"Lamento profundamente que a eleição e seu reconhecimento não sirvam para todos os venezuelanos, que não resolvam as nossas diferenças, não promovam a unidade nacional e que, em vez disso, haja dúvidas entre a maioria dos venezuelanos e a comunidade internacional sobre os resultados".