Brasil e mundo

Empresário e filho brasileiros são assassinados a tiros por sócio em Portugal

25 nov 2025 às 15:04

Um empresário luso-brasileiro e o filho dele, que era brasileiro, foram mortos a tiros pelo próprio sócio no município de Montijo, na região metropolitana de Lisboa.


O que aconteceu

Sócio atirou primeiro no empresário Pedro Ganança, de 60 anos, e depois em Theo, de 23 anos. Sob anonimato, funcionários do restaurante das vítimas disseram ao jornal português Público Brasil que Theo entrou na frente do suspeito de atirar para proteger o pai, identificado como o português José Augusto, de 61 anos. O caso ocorreu na noite de 16 de novembro no restaurante O Apeadeiro, que as vítimas lideravam com o suspeito.


José chegou ao estabelecimento transtornado, segundo outros funcionários. Após os disparos, pai e filho tiveram uma parada cardiorrespiratória, foram socorridos, mas não resistiram e morreram.


Suspeito, que também liderava um negócio de automóveis usados, foi preso dois dias depois do crime. A justiça portuguesa decretou a prisão preventiva dele. Em nota, a Polícia Judiciária portuguesa informou que o homem tinha vários antecedentes criminais por sequestro e furto de veículo.


Estabelecimento havia sido aberto em 1º de fevereiro. Pedro e Theo se mudaram para Portugal em 2020 visando abrir um restaurante de culinária portuguesa e, no mesmo ano, fizeram sociedade com José. As obras do restaurante, ainda segundo o jornal, duraram anos e custaram milhares de euros. O estabelecimento tinha capacidade para cem clientes na ala principal e outros 200 em uma área anexa.


Restaurante divulgou nota de pesar. No texto, eles afirmaram que o local, "conhecido por ser um lugar de muita diversão e alegria, acabou marcado por uma tragédia". Eles declararam que Theo foi covardemente assassinado ao tentar ajudar o pai.


Família faz arrecadação para tentar realizar o traslado dos corpos ao Brasil, divulgou o restaurante. A campanha tem o objetivo de arrecadar 9 mil euros (aproximadamente R$ 56 mil) e havia acumulado cerca de R$ 54 mil até a última atualização desta reportagem.


A defesa do suspeito não foi encontrada para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.


Conflitos

Empregados do restaurante afirmaram ao jornal que José e Pedro entravam em conflito com frequência havia meses. As discussões eram motivadas, principalmente, por dinheiro, segundo uma funcionária. "Com o tempo, as brigas se tornaram mais intensas, começaram a sair do controle", acrescenta ela.


Outra funcionária afirmou que o suspeito tinha problemas com alcoolismo. Segundo a mulher, José Augusto chegava alterado no restaurante e destratava os funcionários, inclusive com falas racistas contra brasileiros e angolanos. Já Theo foi definido como uma pessoa que sempre tentava fazer o ambiente ficar em paz.


Apesar das declarações dos funcionários, a Polícia Judiciária portuguesa ainda apura a motivação do crime. A investigação segue em andamento e as autoridades ainda buscam a arma utilizada no crime.