As quatro empresas vencedoras do leilão para a importação de arroz organizado pelo governo federal terão que comprovar, até esta quarta-feira (12), que têm condições de cumprir o contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O governo federal fechou a compra de mais de 260 toneladas de arroz importado por R$ 1,3 bilhões. As corretoras que representaram essas empresas foram notificadas nesta segunda-feira (10).
Um mercado de queijos, de Macapá, arrematou seis lotes e terá que importar quase 150 mil toneladas até setembro. Para isso, receberá R$ 736 milhões da Conab. Uma locadora de máquinas agrícolas, de Brasília, e uma empresa de frutas congeladas, do interior de São Paulo, também arremataram milhares de toneladas.
Até a próxima quinta-feira (13), as vencedoras terão que depositar 5% do valor como prova de que conseguem fazer o negócio. Três delas informaram que já têm essa garantia.
Na reunião semanal com líderes do Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou da repercussão negativa do leilão, segundo fontes revelaram à Band. Ele alegou que a pauta positiva deu lugar a especulações e munição para os opositores.
Na Câmara, o deputado de oposição coronel Zucco (PL) quer que uma CPI investigue o que ele considera suspeito, o fato de empresas que venceram o leilão não atuarem no mercado de arroz.
Parlamentares também questionam a participação duas empresas criadas por um ex-assessor de Neri Geller, atual secretário de Política Agrícola do Ministério Da Agricultura. As companhias intermediaram a compra de quase metade do arroz do leilão.
O ex-assessor Robson Almeida França negou qualquer tipo de favorecimento e disse que seguiu todos critérios exigidos para participar do leilão. Já geller afirmou que não mantém mais contato com o ex-assessor há quatro anos e que não poderia influenciar ou interferir no resultado. O secretário criticou as suspeitas levantadas pela oposição e classificou como boataria.