A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte de Sther Barroso, uma jovem de 22 anos, que foi espancada até a morte após sair de um baile funk na zona oeste da cidade. A principal linha de investigação aponta que o crime foi motivado pela recusa da vítima em deixar o local acompanhada de Bruno da Silva Loureiro, conhecido como "Coronel do Muquiço" e apontado como chefe do tráfico de drogas na comunidade do Muquiço.
Conforme apurado pela repórter Clara Nery para o Brasil Urgente, a jovem se divertia na festa quando foi abordada pelo suspeito. Após a recusa de Sther, ela teria sido agredida por ele e por outros homens que atuavam como seus seguranças. O corpo da jovem foi deixado horas depois na porta da casa de sua família, apresentando sinais de espancamento severo. Familiares relatam que o rosto de Sther estava desfigurado e que ela vestia roupas diferentes das que usava quando foi à festa.
As últimas imagens de Sther com vida mostram a jovem dançando momentos antes do crime. A família, em busca de justiça, compartilhou nas redes sociais um caderno onde Sther havia listado suas metas e sonhos para 2025.
Entre os objetivos estavam concluir a autoescola, realizar cursos e focar na academia. Em uma das anotações, ela escreveu que aquele seria "o melhor ano da vida dela". A irmã da vítima desabafou sobre a perda, afirmando que Sther era "cheia de sonhos" e "só queria viver".
Suspeito é foragido e tem extensa ficha criminal
O principal suspeito do crime, Bruno da Silva Loureiro, já é um velho conhecido da polícia e é considerado foragido da Justiça. Segundo a Polícia Civil, ele possui um mandado de prisão em aberto e uma longa ficha criminal, com passagens por tráfico de drogas, associação ao tráfico, roubos, homicídio e lesão corporal. Sua atuação como líder do tráfico na comunidade do Muquiço, na zona norte, confere a ele um alto grau de periculosidade.
O caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Capital, que segue com as investigações para localizar o "Coronel do Muquiço" e outros possíveis envolvidos no espancamento e morte de Sther. A polícia busca por testemunhas que possam fornecer mais detalhes sobre o que ocorreu dentro e fora do baile funk.
Casos semelhantes marcam violência contra mulheres
A morte de Sther Barroso se soma a outros casos recentes de violência extrema contra mulheres no Rio de Janeiro, motivados pela recusa em se relacionar com criminosos. Em novembro de 2023, Thais Guimarães da Silva, de 21 anos, foi encontrada morta na Baixada Fluminense; a família afirma que ela foi assassinada após recusar um pedido de namoro de um criminoso da região.
Um mês depois, em dezembro, a adolescente Raquel Portugal, de 16 anos, morreu com um tiro na barriga. O crime teria ocorrido porque ela não quis se envolver com um homem apontado como integrante de uma milícia.
Raquel foi morta dentro de sua própria casa, em Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. Os casos evidenciam um padrão de violência e reforçam a vulnerabilidade de mulheres em territórios dominados pelo crime organizado.