O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque de Israel ao campo de refugiados de Rafah foi "incidente trágico". Ao menos 45 pessoas morreram
O que aconteceu
Premiê afirmou que ataque a Rafah será investigado. Ao Parlamento de Israel, Netanyahu afirmou que o país retirou "um milhão de moradores que não estão envolvidos e, apesar dos seus esforços para não feri-los, um incidente trágico ocorreu ontem (domingo). Para nós, é uma tragédia. Para o Hamas, uma estratégia", afirmou.
Netanyahu nega estar atrapalhando negociações por reféns. O primeiro-ministro de Israel disse também que "aprovou todas as sugestões e respondeu todos os pedidos". Segundo o jornal Times Of Israel, um funcionário das Forças de Defesa do Estado afirmou que o governo não estava fazendo tudo o que podia para libertar os reféns.
"Aqueles que dizem que não estão preparados para enfrentar a pressão levantam a bandeira da derrota. Não levantarei tal bandeira, continuarei lutando até que a bandeira da vitória seja hasteada. Não pretendo acabar com a guerra antes de todos os objetivos serem alcançados. Se cedermos, o massacre retornará. Se cedermos, daremos uma enorme vitória ao terror, ao Irã", disse Benjamin Netanyahu, em discurso ao Parlamento de Israel.
Ataque de Israel deixou 45 mortos em Rafah
Ataque aéreo matou mulheres e crianças no domingo (26). Segundo a Defesa Civil de Gaza, administrada pelo grupo extremista Hamas, o bombardeio deixou ainda 65 feridos. A maioria das vítimas era de mulheres e crianças. Desde o início da guerra, já são 36.050 mortos e 81.026 feridos, segundo o Ministério da Saúde local.
Local havia sido definido por Israel como zona humanitária. A informação é do Crescente Vermelho Palestino, uma organização humanitária que faz parte do movimento internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Cerca de 100 mil pessoas estão abrigadas no acampamento, segundo a Defesa Civil.
Alvo era um acampamento do Hamas em Rafah, diz Israel. O governo alega que os alvos eram legítimos e que o ataque respeitou o direito internacional. Em nota, o Exército de Israel disse "estar ciente de relatórios" que indicam que, como resultado do ataque e do incêndio causado por ele, vários civis da região ficaram feridos. "O incidente está sob análise", completou.
Palestina diz que "não há áreas seguras em Gaza"
Ministério classificou o ataque como um "massacre hediondo". Pasta também acusou o governo israelense de mentir ao dizer que existem áreas seguras na Faixa de Gaza.
Governo fala em genocídio e condena bombardeio de Israel. Em nota, o ministério disse que o ataque a Rafah deixou "dezenas de mortos" cujos corpos foram "despedaçados" em meio ao bombardeio e aos incêndios causados por ele.
"O Ministério considera este crime como uma nova prova que confirma que a guerra declarada de Israel é contra os civis", completou.
Não há áreas seguras em Gaza, segundo o governo palestino. O Ministério das Relações Exteriores ainda fez um apelo aos países que apoiam Israel a "colocarem a mão na consciência", pararem de "obstruir o movimento internacional para acabar com a guerra genocida contra o nosso povo" e apoiarem a criação de um Estado palestino.