A Operação Narco Bet, realizada nesta terça-feira (14) pela Polícia Federal, resultou em 11 prisões, mais de uma dezena de veículos de luxo apreendidos e R$ 630 milhões bloqueados. Os recursos tinham origem na lavagem de dinheiro via empresas de apostas on-line (bets), usadas para entrada de valores ilegais do exterior ligados ao tráfico internacional de cocaína pelo mar.
“As investigações indicam que o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações em criptomoedas e remessas internacionais, visando ocultar a origem ilícita e dissimular patrimônio”, explicou a PF.
Ao todo, 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos para obter informações sobre a rede criminosa e capturar bens da organização. Os alvos estavam ligados à contabilidade e nacionalização dos recursos.
Os mandados foram cumpridos em cidades de quatro estados: Itajaí (SC), Mogi das Cruzes (SP), São Paulo (SP), Santos (SP), Barueri (SP), Bertioga (SP), Birigui (SP), Igaratá (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Lagoa Santa (MG). Entre as 11 prisões, uma ocorreu na Alemanha, com apoio da polícia local.
A PF afirmou que parte dos recursos do tráfico era usada para regularizar empresas de bets, com lavagem via criptomoedas e pagamentos internacionais para ocultar a origem ilícita.
Desdobramento
A operação é um desdobramento da apreensão de um veleiro brasileiro pela Marinha dos Estados Unidos, em fevereiro de 2023, que revelou uma rota de tráfico naval entre a América do Sul e a Europa, incluindo lavagem e nacionalização do dinheiro.
A primeira operação, chamada Narco Vela, envolveu mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares de SP, com 35 mandados de prisão e 62 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal de Santos, nos estados de SP, RJ, MA, PA e SC, com bloqueio e apreensão de bens de cerca de R$ 1,32 bilhão.