Brasil e mundo

Pericles, que inspirou o Burro do Shrek, faz 30 anos e está doente

19 jun 2024 às 17:29

Ele não é mais o mesmo, mas ainda assim tem charme e carisma. Pericles, o burro que inspirou a criação do personagem que se torna o melhor amigo do ogro Shrek, completou 30 anos. O animal vive em um rancho em Palo Alto, na Califórnia, com muita mordomia, mas está doente, devido à sua idade avançada. Nas redes sociais, a fazenda chamada Park Barron Donkeys, está pedindo ajuda para custear os tratamentos de Pericles, ou Perry, como é mais conhecido.


De acordo com os cuidadores de Perry, ele tem sofrido demais com artrite e com a síndrome de cushing equina, uma doença endócrina que provoca distúrbios hormonais no animal. Os gestores do rancho dizem que o custo para os seus tratamentos gira torno de 40 mil dólares por ano. 


Perry vive no rancho na companhia de outros dois burros, Buddy e April. Os três animais são burros miniatura, resultado de sucessivos cruzamentos entre animais de baixa estatura e segundo veterinários, vivem em torno de 30 a 35 anos.


Pericles serviu de inspiração para o melhor amigo de Shrek quando produtores do filme foram até o rancho aprender mais sobre a vida dos burros, em 1999. No entanto, os diretores do rancho contaram ao Washington Post que eles pagaram apenas 75 dólares a Perry e sequer mencionaram o animal na produção. 


No mês passado, a Câmara Municipal de Palo Alto aprovou uma proposta de lei para de ajudar os burros, combinando as doações comunitárias de até 10 mil dólares, desde que sejam arrecadadas até o prazo proposto, em 23 de junho. Atualmente, a Park Barron Donkeys vive com a ajuda de doações de moradores locais. Em Palo Alto, burros são tradicionais e a população tem o hábito de acariciar estes animais desde 1934, quando uma família de holandeses chegou ao local com uma manada. Diz a lenda, que eles dão sorte.


Burrinhos brasileiros


No Brasil, os asininos – burros, mulas e jumentos – também são tradicionais, principalmente na região nordeste. No entanto, a manada desses animais está diminuindo no país devido ao comércio internacional com a China. 


Conforme dados do último Censo Agropecuário do IBGE, em 2017 existiam 376 mil asininos no Brasil. Mas, entre 2017 e 2023, pelo menos 237 mil asininos foram abatidos em frigoríficos autorizados, conforme dados do Ministério da Agricultura. O destino é a China, que compra burros e jumentos para extrair a sua pele e produzir um composto medicinal de colágeno chamado ejião. Estima-se que a China compra 4,8 milhões de animais por ano para atender este mercado.


O abate de asininos no Brasil, para fins comerciais, foi autorizado em 2017, no governo do presidente Michel Temer, e existem dois frigoríficos autorizados a abater burros e jumentos. Os dois estão localizados na Bahia.