O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi intimado a depor novamente à Polícia Federal após o órgão encontrar indícios de que mais uma joia recebida pelo ex-presidente teria sido negociada nos Estados Unidos.
Cid e o pai, o general Mauro Lourena Cid, foram intimados e o depoimento está previsto para a terça-feira (18). As oitivas deverão contemplar a negociação dessa nova joia, descoberta em diligências realizadas em conjunto pela PF e pelo FBI nos Estados Unidos no mês passado. A informação foi dada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, na terça-feira (11).
Com a descoberta, o inquérito sobre o caso vai se estender, com conclusão prevista ainda para junho. A investigação já estava sendo finalizada, mas foi adiada por causa desse nova peça.
O novo elemento reforça as suspeitas contra Bolsonaro e robustece ainda mais a investigação, na avaliação da PF. As investigações querem descobrir se o ex-presidente ficou com parte do dinheiro das joias que ele recebeu em viagens oficiais e depois foram vendidas nos Estados Unidos.
Bolsonaro diz desconhecer a joia
O ex-presidente afirmou na quarta-feira (12) que "desconhece" a existência da joia. O ex-chefe do Executivo, afirmou que, se houve negociações para se desfazer do bem, isso não "chegou" até ele.
"Não sei nem o que é", disse Bolsonaro sobre a peça. Ele também negou ter conhecimento sobre as negociações investigadas pela PF. "Se teve algo nesse sentido (negociação), sequer chegou ao meu conhecimento. Sobre essa questão de presentes recebidos, havia muitas pessoas. Algumas informações me chegavam muito depois. E, por vezes, nem chegavam até mim".
Quais são os inquéritos em andamento que envolvem Bolsonaro
O inquérito que investiga a fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e seus auxiliares deve ser encerrado em junho, segundo Rodrigues. A primeira conclusão deste caso, que inclui informações da delação de Cid, foi apresentada em março, com o indiciamento de Bolsonaro e de mais 16 pessoas.
As investigações sobre a espionagem na Abin devem ser concluída até agosto. O inquérito investiga o uso da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência para monitorar desafetos de Bolsonaro durante seu governo. Rodrigues afirmou que negocia um acordo de colaboração premiada neste caso.