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Remédio injetado duas vezes por ano apresenta 100% de proteção contra o HIV

27 jul 2024 às 15:43

Um estudo publicado nesta quarta-feira (24) mostra a eficácia de um novo medicamento antirretroviral injetável contra o vírus HIV da farmacêutica americana Gilead, o lenacapavir. Os resultados saíram no NEJM, um prestigiado periódico científico. Ao mesmo tempo, os dados foram apresentados na 25ª Conferência Internacional sobre Aids, que acontece em Munique, na Alemanha. 


Resultados foram anunciados no fim de junho pela empresa e publicados em periódico hoje. Um amplo estudo clínico de fase 3 realizado na África mostrou que a aplicação de duas doses anuais do medicamento lenacapavir proporcionou proteção total contra o vírus às mulheres que participaram dos testes.


Cinco mil adolescentes e mulheres cisgênero. O estudo clínico foi realizado em Uganda e África do Sul e contou com a participação de mais de 5.000 adolescentes e mulheres, com idades entre 16 e 25 anos. O teste dividiu as voluntárias em três grupos, que receberam três diferentes medicamentos.


Principais dados. Das 2.134 mulheres que receberam o lenacapavir, nenhuma contraiu o HIV. Entre as 1.068 que tomaram diariamente a pílula Truvada —disponível há mais de uma década—, 16 foram infectadas com o HIV (1,5%). Já entre o grupo das 2.136 mulheres que receberam a Descovy, uma nova pílula diária, 39 contraíram o vírus (1,8%).


Interrupção por bons resultados. Em junho, devido à eficácia mostrada nos resultados, um comitê independente de revisão de dados recomendou que o estudo clínico fosse interrompido precocemente e que o lenacapavir fosse oferecido a todas as participantes por proporcionar claramente uma proteção superior contra o vírus, afirmou a farmacêutica.