Em delação premiada, o ex-PM Ronnie Lessa afirma que assassinou a vereadora Marielle Franco com a promessa de chefiar uma nova milícia no Rio de Janeiro.
Segundo Lessa, em troca da execução da vereadora, ele ganharia um loteamento clandestino, avaliado em milhões de reais, em Jacarepaguá e se tornaria chefe de uma nova milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O crime aconteceu em 2018 e, de acordo com a Polícia Federal, foi encomendado pelo ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão, que estão presos por ordem do STF.
O plano teria sido arquitetado pelo então chefe da Delegacia de Homicídios, Rivaldo Barbosa, que também teria atuado para protegê-los nas investigações.
Os irmãos Brazão cogitaram a possibilidade de a vítima ser o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, porém Ronnie Lessa os incentivou a desistir da ideia em decorrência do alto número de seguranças que andavam com o político.
Ainda na colaboração premiada, Ronnie afirma que Rivaldo havia recebido propina antes mesmo da execução do crime.
Marielle se tornaria uma pedra no sapato para o grupo, visto que ela mantinha contato direto com lideranças comunitárias de Jacarepaguá para tentar impedir o esquema de regularização de terrenos clandestinos, áreas controladas pela milícia.