Todos os locais
Todos os locais
Brasil e mundo
Mundo

Zelensky diz que aceita deixar presidência da Ucrânia em troca do fim da guerra

Zelensky também exige a entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental rival da Rússia
23 fev 2025 às 16:58
Por: Band
Reprodução

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (23) que aceita abrir mão de seu cargo em troca do fim da guerra com a Rússia, que já dura três anos.  


Além do acordo de paz, Zelensky também exige a entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental rival da Rússia. O presidente, inclusive, falou que a renúncia pode ser imediada, caso as condições forem cumpridas.


"Se for pela paz na Ucrânia e se realmente quiserem, que eu deixe meu cargo, estou pronto para isso. Em segundo lugar, posso trocar isso (a presidência) pela Otan, se houver essa oportunidade. "Farei isso imediatamente. Não planejo estar no poder por décadas", disse durante entrevista coletiva em Kiev.


O comentário de Zelensky veio dias depois de o presidente americano, Donald Trump, questionar sua legitimidade e o chamar de "ditador sem eleições", ecoando um argumento do Kremlin.


Ao mesmo tempo, Zelenski continuou a se opor à insistência de Trump para que ele assinasse um acordo sobre minerais que a Ucrânia diz ser desfavorável. E anunciou uma reunião na segunda-feira, 24, com mais de 30 países, pessoalmente ou online, como uma espécie de coalizão de apoio ao esforço de guerra da Ucrânia.

Outras notícias

Promoção de ovos gera confusão dentro de supermercado de Fortaleza; veja vídeo

Protesto reúne 200 pessoas em Barcelona contra anulação da condenação de Daniel Alves

Petrobras comprará R$ 450 milhões em créditos de carbono na Amazônia


Por enquanto, disse Zelenski, a Ucrânia e os Estados Unidos permanecem presos em negociações sobre um acordo para trocar os minerais e outros recursos naturais da Ucrânia por ajuda americana. O líder ucraniano disse que ainda não estava pronto para assinar a última proposta dos Estados Unidos, que exigiria que a Ucrânia pagasse aos Estados Unidos US$ 500 bilhões usando as receitas de seus recursos naturais.


"Não estou assinando algo que será pago por dez gerações de ucranianos", disse, observando que as negociações continuariam.


As conversas já haviam se estendido até a noite de sábado, 22, de acordo com duas autoridades ucranianas informadas sobre as negociações, e coincidiram com um grande ataque de drones russos às cidades ucranianas durante a noite. A Força Aérea Ucraniana disse que a Rússia havia lançado 267 drones, o que considerou um recorde desde o início da guerra, há três anos. Essa afirmação não pôde ser confirmada de forma independente.


O zumbido de drones de ataque sobrevoando edifícios ecoou durante a noite no centro de Kiev, a capital, seguido pelo som de metralhadoras pesadas tentando abatê-los. A Ucrânia disse que a maioria dos drones foi abatida ou desativada por interferência eletrônica, mas que os destroços dos drones destruídos danificaram casas e provocaram incêndios em partes da capital.


Na noite de sábado, o presidente Trump aumentou a pressão sobre a Ucrânia para assinar o acordo, que está sendo negociado há mais de 10 dias. Várias minutas de acordos já foram rejeitadas pelo lado ucraniano porque não continham garantias específicas de segurança dos EUA que protegeriam Kiev contra novas agressões russas.


"Acho que estamos bem perto de um acordo, e é melhor que estejamos perto de um acordo", disse Trump à Conferência de Ação Política Conservadora na noite de sábado, observando que ele queria uma retribuição pela assistência militar e financeira americana anterior ao país devastado pela guerra. Ele também disse: "Estamos pedindo terras raras e petróleo - tudo o que pudermos conseguir".


A frustração com as negociações prolongadas alimentou uma disputa crescente entre Zelenski e Trump. O líder ucraniano disse que Trump estava vivendo em uma "teia de desinformação".


Na sexta-feira, 22, os Estados Unidos propuseram um novo esboço de acordo, obtido pelo jornal New York Times, que ainda carecia de garantias de segurança para a Ucrânia e incluía termos financeiros ainda mais rígidos. As duas autoridades ucranianas, que falaram sob condição de anonimato para discutir as negociações, disseram que a Ucrânia enviou de volta as emendas na noite de sábado.


A nova minuta do acordo reiterou a exigência dos EUA de que a Ucrânia abrisse mão de metade de suas receitas provenientes da extração de recursos naturais, incluindo minerais, gás e petróleo, bem como os ganhos provenientes de portos e outras infraestruturas.


Segundo o acordo proposto, essas receitas seriam direcionadas a um fundo no qual os Estados Unidos teriam 100% de participação financeira, e a Ucrânia deveria contribuir para o fundo até que ele atingisse US$ 500 bilhões. Essa soma é mais de quatro vezes maior do que o valor da ajuda dos EUA comprometida com a Ucrânia até o momento e mais de duas vezes o valor da produção econômica da Ucrânia em 2021, antes da guerra.


"É astronômico para nós, e não entendo por que impor tal ônus" a uma economia que já está sofrendo com a guerra, disse Victoria Voytsitska, ex-legisladora ucraniana e especialista em energia. "Parece que as próximas duas gerações terão que pagar reparações de acordo com esse esquema."


O acordo não compromete os Estados Unidos com garantias de segurança para a Ucrânia ou promete mais apoio militar para Kiev. A palavra "segurança" foi até mesmo excluída de uma formulação contida em uma versão anterior do acordo, datada de 14 de fevereiro e analisada pelo The Times, que afirmava que ambos os países tinham como objetivo alcançar "paz e segurança duradouras na Ucrânia".


Em vez disso, o acordo diz que uma parte das receitas coletadas pelo fundo será reinvestida na reconstrução da Ucrânia. Ele também afirma que os Estados Unidos pretendem fornecer apoio financeiro de longo prazo para o desenvolvimento econômico da Ucrânia, embora nenhum valor seja especificado.


Esse possível compromisso está alinhado com o argumento da Casa Branca de que a mera presença de interesses econômicos americanos na Ucrânia impedirá futuras agressões russas.


"Essa parceria econômica estabeleceria as bases para uma paz duradoura, enviando um sinal claro ao povo americano, ao povo da Ucrânia e ao governo da Rússia sobre a importância da futura soberania e do sucesso da Ucrânia para os EUA", escreveu Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, em um artigo de opinião no sábado, 22, para o The Financial Times.


Com informações do Estadão Conteúdo.

Veja também

Relacionadas

Brasil e mundo
Imagem de destaque

Celular Seguro: governo irá relançar programa que recupera celulares roubados nesta semana

Brasil e mundo
Imagem de destaque

Terremoto que atingiu Mianmar tem 30 vezes mais intensidade que bomba atômica, diz especialista

Brasil

Pesquisadores investigam 'sumiço' dos tatuís na costa brasileira

Brasil

Anvisa suspende interdição de venda de famoso creme dental

Mais Lidas

Cidade
Brasil

Motociclista de 28 anos morre em acidente na Avenida Rio Branco, em Londrina

Cidade
Londrina e região

Mulher filmada matando companheiro tem liberdade provisória concedida pela justiça

Paraná
Paraná

Mulher morre atropelada e esmagada pelo caminhão do próprio marido em Curitiba

Paraná
Cascavel e região

Morte trágica: professor se desequilibra em patinete e é atropelado por caminhão

Cidade
Londrina e região

Homem é detido por embriaguez ao volante após se envolver em acidente na PR-445

Podcasts

Podcast Cíntia Invest | EP 4 | Casei e agora? Como organizar as finanças a dois | Paula Faraco

Podcast Café com Edu Granado | EP 5 | Kely Boaro | Vozes Femininas

Imagem de destaque

Podcast Falando de Gestão | EP 3 | Inteligência Emocional no Trabalho

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.