"Em 26, não serei candidato", disse o sertanejo. Em vídeo publicado nas redes sociais, o cantor afirmou que vai se concentrar na carreira musical e criará o Instituto Gusttavo Lima para realizar ações sociais. Ele havia revelado, em janeiro, ter a intenção de disputar a presidência da República na próxima eleição. (VÍDEO NO LINK DO INSTAGRAM)
Lima afirmou que situação do Brasil piorou nos últimos 30 anos e pediu união da classe política. "Passa ano, sai ano e não muda nada. Vai ficando pior (...) Quero que todos os lados políticos se unam em prol do povo brasileiro", declarou. Apesar das críticas, ele não declarou se vai apoiar algum candidato a presidente no próximo pleito.
Sertanejo agradeceu manifestações de apoio à eventual candidatura, mas pediu que decisão de não concorrer seja respeitada. "Peço a todos que respeitem minha opinião, minha posição e minha imparcialidade", declarou Lima, que, apesar de falar em imparcialidade, apoio a candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição em 2022.
Sertanejo declarou que pesou na decisão a oposição da família à candidatura. "Tenho 35 anos. Nada impede que na outra eleição eu seja candidato", afirmou ele, em entrevista ao site Metrópoles, antes da publicação do vídeo. O cantor também afirmou "não ter estômago" para "sentar para negociar coisas que, às vezes, não são de interesse do Brasil, mas de partidos e de pessoas".
Cantor disse que vai contribuir com a política, mas "de outras formas". "O meu objetivo é contribuir de outras formas, sem a necessidade de concorrer ou ser eleito para algum cargo público."
Insatisfação de Bolsonaro com possível candidatura
Após
a declaração do cantor de que tinha intenções de se candidatar, entorno de Jair
Bolsonaro (PL) encarou movimento como traição. Lima o apoiou em 2022. Em
outubro daquele ano, almoçou no Palácio da Alvorada com o então presidente e
outros sertanejos. À época, Lima convocou seguidores a apoiarem o então
candidato do PL contra Lula (PT).
Cantor
teria descumprido um acordo com Bolsonaro. Ele iria se filiar ao União Brasil,
partido de Caiado, e sairia ao Senado por Goiás. O cantor faria campanha
alinhado com o ex-presidente, segundo teriam combinado.
Políticos
experientes avaliam que Gusttavo Lima seria ingênuo ao manter a intenção de se
candidatar. Eles comentam que o cantor teria a vida devassada com a exploração
de temas como a investigação da Polícia Civil sobre irregularidades com
bets.
Cantor
participou de uma 'superlive' com o candidato à reeleição em 2022. Às vésperas
do segundo turno, Lima marcou presença em uma transmissão ao vivo em apoio a
Bolsonaro e em defesa do agronegócio.
Bolsonaro
está inelegível até 2030, mas ainda se vê como opção viável à Presidência. Ele
foi condenado em 2023 pelo TSE por uma reunião com embaixadores em julho de
2022, a pouco mais de dois meses das eleições. Nela, ele atacou, sem provas, a
credibilidade do sistema eleitoral. O encontro foi transmitido pela estatal TV
Brasil.