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Vítimas do acidente da Voepass morreram por politraumatismo, diz IML

12 ago 2024 às 21:15

O IML (Instituto Médico Legal) terminou as análises dos 62 corpos das vítimas da queda do avião da Voepass e concluiu que todas morreram por politraumatismo. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (12).


Todas as pessoas morreram devido ao impacto do avião com o solo. "Temos a certeza científica de que todos morreram de politraumatismo. A aeronave despencou de uma altura de 4.000 metros e, ao atingir o solo, o choque é muito grande, e todos eles sofreram o politraumatismo", informou Vladimir Alves dos Reis, diretor do IML.


Queimaduras foram secundárias ao politraumatismo. O diretor acrescentou que nem todos os corpos foram carbonizados após o incêndio que atingiu o avião. 


Processo de liberação dos corpos deverá ficar mais lento daqui para frente. Diretor garantiu que os corpos só serão liberados para famílias após ter absoluta certeza da identificação, e explicou que esse processo pode ser um pouco mais demorado.


Não é possível estimar quanto tempo levará até a identificação de todos os corpos. Segundo o diretor do IML, esse procedimento dependerá da qualidade do material genético encontrado pelos peritos.


Dos 62 corpos, 27 já foram identificados e 12 foram liberados para as famílias. A diferença entre o número de identificados e liberados acontece devido aos trâmites burocráticos que devem ser realizados pelos familiares, como a obtenção do atestado de óbito, antes dos corpos saírem do IML. Para agilizar os procedimentos, o cartório de Vinhedo montou um posto próximo ao local onde as famílias estão sendo acolhidas. 


Famílias estão ajudando no reconhecimento das vítimas. As equipes do governo de São Paulo acolheram, ao todo, 51 famílias no Instituto Oscar Freire, localizado próximo ao IML. Os parentes têm fornecido informações para ajudar no trabalho dos peritos, além de material biológico. As famílias que não quiserem se deslocar até a capital paulista podem se apresentar aos IML locais para o atendimento.


Foram coletados DNAs de 28 famílias em SP e 17 em Cascavel (PR). Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropólogo e radiologia trabalham na identificação dos corpos. Com isso, 23 vítimas puderam ser identificadas pelas impressões digitais e quatro por meio da análise da arcada dentária. O IML foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso, tendo recebido todas as 62 vítimas do desastre.


Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o acidente. A apuração acontece em paralelo à conduzida pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira. Mais cedo, a FAB anunciou ter concluído os trabalhos iniciais de investigação no local onde o avião caiu.