Um vídeo em que uma menina de 12 anos é brutalmente agredida, sem chance de defesa, por colegas de escola viralizou nos últimos dias. Enquanto a vítima estava ajoelhada, pelo menos quatro estudantes, de 11 a 14 anos, agrediram-na com socos, tapas, chutes, puxões de cabelo e até com cabo de vassoura.
O espancamento da menor ocorreu numa área isolada de uma escola estadual de Alto Araguaia, no interior do Mato Grosso. Com a repercussão, o fato gerou revolta na população local.
Ainda nesta quarta-feira (6), três das agressoras foram apreendidas para cumprirem medidas socioeducativas, por ordem da Justiça. Elas respondem pelos atos infracionais análogos aos crimes de tortura e integração de organização criminosa.
A quarta menor, uma criança de 11 anos, não foi internada devido à idade, conforme impedimento do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Grupo inspirado em facção
A acusação que as vincula à organização criminosa se valida pela descoberta de que as agressoras mantinham entre si um grupo organizado, com atribuições e regras internas semelhantes a facções. Segundo a investigação, a vítima teria sido castigada por, supostamente, descumprir uma dessas normas.
A polícia ainda descobriu que, durante o espancamento, a vítima ainda foi obrigada a não chorar, sob pena de sofrer mais agressões.
Cerca de 10 pessoas foram ouvidas, incluindo as adolescentes, pais, direção da escola e a própria vítima. Em depoimento, as menores confessaram as agressões e relataram que outras quatro alunas também já foram espancadas por descumprirem as regras do grupo.
Educação se manifesta
Em entrevista coletiva, o secretário de Educação do Mato Grosso, Allan Porto, informou que a Escola Estadual Carlos Hugueney será transformada em colégio cívico-militar.
“Essa medida é necessária, do ponto de vista pedagógico, mas também do ponto de vista disciplinar. Nós já estamos recrutando policiais da reserva para que possam dar suporte à direção, aos coordenadores e aos estudantes. Não vamos permitir que, em nenhum ambiente escolar do Mato Grosso, venha ocorrer qualquer tipo de violência”, pontuou Porto.