A hipnose clínica tem ganhando espaço como alternativa
eficaz para aliviar e até curar dores e traumas, sendo cada vez mais reconhecida e indicada por
profissionais da saúde para tratamentos em conjunto.
O hipnoterapeuta
Rogério Goldoni explica que dores crônicas, que muitas vezes não tem um
diagnóstico de causa, geralmente estão ligadas a um tipo de emoção. “A hipnose consegue
acessar a raiz do problema, que está no subconsciente. A gente acha que está
sempre no comando de tudo, mas a função consciente da nossa mente é só cinco
por cento do que a gente é, o resto é o subconsciente. A pessoa em estado de
relaxamento profundo acessa essas memórias e a partir disso a gente consegue
identificar os gatinhos que podem ser traumas ou medo”, explica o especialista.
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Ainda
de acordo com Goldoni, mais do que aliviar os sintomas, ele garante que a hipnose
clínica é capaz de eliminar crises. Além das dores crônicas, a técnica tem sido
eficaz para auxiliar pessoas a lidar com ansiedade, insônia, distúrbios alimentares,
estresse e ainda na promovendo mudanças comportamentais e de hábitos. “Por
exemplo, alguém que está se sentindo estressado por conta do excesso de
atividades. Muitas vezes não é sobre o excesso de atividades. Pode ser que essa
pessoa, inconscientemente, esteja se sentindo julgada, cobrada ou com medo de
errar. Então a gente busca essa emoção que está fazendo com que esse problema
apareça.”
A hipnose médica é reconhecida e recomendada
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como terapia médica. Aliada com medicação, o tratamento pode acelerar a recuperação do paciente. Goldini ainda vai além, e cita pacientes
que abandonaram os fármacos em prol de um vida com mais qualidade após as
sessões hipnoterapêuticas. “O remédio ajuda apenas a controlar a situação. Na hipnoterapia
a gente não controla, a gente resolve atacando a raiz.”
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O tratamento é realizado por
sessões que podem durar até três horas. Na primeira sessão é feito um
levantamento de toda a vida do paciente. “Um detalhe importante é que a pessoa não dorme,
ela não fica inconsciente, ela acompanha todo o processo. É assim que a
gente consegue acessar essas emoções mais profundas”.
O especialista lembra ainda do
medo de muitas pessoas em lembrar momentos que preferem deixar no passado e, por
isso, evitar a hipnoterapia. Porém ele alerta que a mente não é um depósito de
arquivo morto. “Esses arquivos estão todos vivos, fervendo dentro de nós, por
isso a urgência em acessar essas emoções e dar outro fim para essas memórias”,
completa Goldini.