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Aduana da Ponte da Amizade terá mudanças em 2026 para agilizar travessia e reforçar ações sociais

09 dez 2025 às 12:55

A Receita Federal prepara uma série de mudanças na Aduana da Ponte Internacional da Amizade para o início de 2026. As medidas têm como objetivo melhorar o fluxo de veículos, incentivar o turismo e tornar a fiscalização mais humanizada, em parceria com outros órgãos brasileiros e paraguaios.


Hoje, quem cruza a fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este sabe que as longas filas fazem parte da rotina. Para mudar esse cenário, um dos projetos prevê a criação de um corredor exclusivo para vans e carros de turismo, solução que deve agilizar a travessia, favorecer o retorno dos visitantes e fortalecer o controle aduaneiro.


As ações fazem parte da iniciativa “Aduana Cidadã”, um trabalho integrado que reúne problemas identificados na fronteira e propõe soluções conjuntas. Entre os desafios mais sensíveis está o tráfico de pessoas, crime complexo e com suspeitas registradas todos os dias.


Para acolher mulheres paraguaias em situação de vulnerabilidade, a proposta é criar, dentro da aduana, uma sala com ambientação artística e vídeos informativos sobre exploração sexual. Enquanto aguardam a verificação de documentos, elas terão acesso a conteúdos que ajudam na identificação de possíveis aliciamentos. O espaço contará com a assinatura do artista Pas, conhecido por intervenções no mirante da Aduana e por obras espalhadas pela cidade e em outros países.


Outras medidas recentes já têm apresentado resultados. Um novo procedimento de controle reduziu significativamente os casos de adolescentes transportando mercadorias irregulares: agora, toda apreensão gera cadastro, e a devolução só ocorre na presença dos responsáveis. Outra iniciativa foi a exposição pública de produtos proibidos, organizada pela Receita Federal e que atraiu milhares de visitantes durante a última Black Friday.


Mesmo sendo a fronteira mais movimentada da América Latina, a Aduana da Ponte da Amizade vive um momento de avanços. As ações contam com apoio do Conselho Tutelar, Ministério Público, consulado paraguaio, OAB, instituições parceiras e também da sociedade civil — incluindo artistas como Pas, que contribuem para sensibilizar a população por meio da arte.