A Escola Municipal São Cristóvão, em Céu Azul, teve vários ambientes invadidos pela água após as fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias. O cenário foi de salas alagadas, alunos remanejados para espaços improvisados e pais indignados com a falta de estrutura da unidade escolar.
A professora e mãe, Daniele Franchine de Lemos, visivelmente emocionada, não conteve as lágrimas ao falar sobre a situação da escola.
“Eu me emociono, foi a escola que eu comecei a trabalhar e ver a escola nessa situação hoje é difícil, é algo que dói, dói na alma da gente”, declarou, comovida.
Ela ainda destacou que, como professora e mãe de aluno, cobra soluções do poder público há mais de uma década. Segundo Daniele, as autoridades alegam que os problemas estruturais só seriam resolvidos com a construção de um novo prédio. A professora relata ainda que, mesmo em dias de chuvas menos intensas, o colégio apresenta buracos no teto e lâmpadas que pingam água, revelando uma situação crônica de descaso.
As áreas mais afetadas foram a biblioteca e a sala de artes. Os livros precisaram ser protegidos com lonas, enquanto o forro do banheiro feminino cedeu, exigindo interdição imediata para garantir a segurança.
Com o alagamento, turmas precisaram ser transferidas para outras salas, de forma emergencial, para que as aulas fossem mantidas. A sala de artes, que normalmente estimula a criatividade dos alunos, se transformou em um espaço impróprio: piso encharcado, baldes espalhados e goteiras por todo o teto.
O secretário de Administração, Ângelo Fernandes, afirmou que apenas uma turma precisou ser realocada, mas reconheceu a gravidade da situação. Segundo ele, houve alterações no modelo de distribuição da merenda, tudo com foco na segurança das crianças.
A situação gerou revolta entre os pais, que cobram providências urgentes. Uma das mães relatou à Tarobá que esse tipo de problema é recorrente em períodos de chuva e que os alunos ficam “acoçados e até com medo dentro da escola”.
O prefeito de Céu Azul, Laurindo Sperotto, atribuiu os danos à chuva de granizo do dia 5 de junho, com pedras de gelo de até 5 centímetros, que causaram estragos em prédios públicos e residências. Ele informou ainda que está em discussão com a Secretaria de Educação a construção de duas novas escolas no município.
Em nota oficial, a Prefeitura de Céu Azul informou que 8 das 9 escolas municipais foram atingidas pela tempestade e que ações emergenciais começaram no dia seguinte ao granizo. No entanto, os mais de 100 milímetros de chuva registrados nesta quinta-feira agravaram a situação, principalmente nas escolas São Cristóvão e Leôncio Corrêa. A expectativa é de que os reparos emergenciais sejam concluídos até o início de julho, mesmo diante das adversidades climáticas.
Apesar disso, muitos pais apontam que os problemas estruturais da escola São Cristóvão são antigos.
“Essa escola já deveria ter sido reformada tem tempo”, disse uma mãe, demonstrando indignação com o descaso.