A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná (SESP), através de sua Corregedoria, instaurou um procedimento para apurar a falta de investigação da Polícia Civil no caso do acidente de trânsito envolvendo o carro do padre Genivaldo Oliveira dos Santos, preso por acusações de abuso sexual em Cascavel. Após semanas sem resposta à denúncia, o Secretário de Segurança Pública, Coronel Hudson Teixeira, confirmou que a omissão no inquérito está sendo apurada.
O acidente que resultou na morte de Luís Edmar, de 28 anos, ocorreu em 12 de outubro de 2019, no bairro Periolo, em Cascavel. O veículo envolvido no atropelamento era dirigido por um condutor que estava na posse do carro do Padre Genivaldo. O caso, no entanto, só veio à tona e ganhou repercussão quando o próprio pároco foi preso por acusações de abuso sexual.
A surpresa veio quando a reportagem procurou a Polícia Civil para entender o andamento da investigação sobre o acidente: mesmo após quase seis anos, o inquérito sequer havia sido aberto pela antiga gestão da delegacia.
Após o pedido da imprensa, o delegado Pedro Fontana iniciou a investigação com urgência. Ele solicitou as perícias que estavam paradas, chamou testemunhas e o condutor para esclarecimentos. Em pouco tempo, o condutor envolvido no atropelamento foi indiciado por homicídio culposo.
A omissão na investigação foi levada ao Secretário Hudson Teixeira durante uma coletiva de imprensa no dia 28 de agosto, na qual ele prometeu apurar o caso. Em recente visita a Cascavel, o Secretário confirmou que a Corregedoria já instaurou o procedimento e que ele irá verificar, ainda, se algum delegado que fez parte da gestão da delegacia na época está atualmente à frente das investigações, o que é proibido.
Em relação ao inquérito do acidente, ele foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público, que agora deve analisar o caso para oferecer ou não a denúncia contra o condutor.