O crescimento acelerado de Cascavel trouxe desafios logísticos que impactam diretamente a mobilidade urbana e o escoamento da produção. A cidade, que é um ponto estratégico de conexão entre diversas regiões do Brasil e o Mercosul, enfrenta dificuldades nos entroncamentos com as rodovias, tornando o deslocamento uma tarefa complexa em meio ao aumento da frota de veículos.
Parte da solução para esse problema passa pela implantação do Anel Viário, com destaque para o Contorno Norte. A obra é considerada prioritária pelas entidades do setor produtivo, que veem nela uma forma de reduzir os congestionamentos e melhorar o fluxo logístico. O Contorno Oeste já desvia parte do tráfego pesado, mas ainda não é suficiente para atender à demanda crescente.
Um estudo municipal aponta que o Contorno Norte poderia receber um fluxo de 8 mil veículos por dia, sendo 45% de transporte pesado. O traçado ainda não está totalmente definido, mas há um planejamento para a execução da obra. Entretanto, um impasse pode colocar o projeto em risco: a ausência de um projeto técnico formalizado.
O Governo do Estado sinalizou a possibilidade de destinar R$ 500 milhões para a construção do Contorno Norte, mas o valor ainda não foi oficialmente confirmado. O projeto executivo tem um custo estimado em R$ 5 milhões, e a expectativa é que o município assuma essa despesa. No entanto, a administração municipal busca garantias de que os recursos para a execução da obra serão repassados pelo Estado antes de investir na elaboração do projeto.
O deputado estadual Gugu Bueno, que representa a região, tem articulado para que a definição ocorra nos próximos dias, com uma agenda prevista com o governador Ratinho Junior. O fator tempo é crucial, uma vez que 2026 é ano eleitoral e haverá restrições para licitações e liberação de verbas. Caso o projeto não seja aprovado a tempo, Cascavel pode perder essa oportunidade, retardando ainda mais a solução para seus problemas logísticos.