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Caso Icaraíma: corregedoria investiga policiais por suspeita de comunicação com suspeitos

10 dez 2025 às 21:42

A PCPR (Polícia Civil do Paraná) divulgou novos detalhes da investigação sobre a morte de quatro homens em Icaraíma, no Noroeste do Estado, focando na ampliação do inquérito que agora mira a conduta de dois agentes da lei. A Corregedoria da Polícia Civil cumpre diligências contra dois policiais civis lotados na cidade por suspeita de terem se comunicado com investigados após a chacina.


O grupo — Alencar Gonçalves de Souza Giron, Diego Henrique Affonso, Robishley Hirnani de Oliveira e Rafael Juliano Marascalchi — foi encontrado enterrado em uma área de mata após desaparecer em 5 de agosto. A reconstituição técnica aponta que eles foram executados em uma emboscada premeditada no distrito de Vila Rica, logo após chegarem para cobrar uma dívida da família Buscariollo.


Agentes Públicos na Mira da Corregedoria


A investigação da PCPR caminhou sob sigilo durante meses, devido à possibilidade de envolvimento indireto de agentes públicos. Na última segunda-feira (9), a Corregedoria cumpriu mandados de busca e apreensão contra os dois policiais de Icaraíma.


Os agentes não são investigados pelas mortes, mas por suposta comunicação com suspeitos após a chacina. A Corregedoria apura se o contato indevido teria contribuído para:


  • Fuga dos autores do crime;

  • Destruição de provas;

  • Interferência no andamento do inquérito principal.


Materiais como celulares, computadores e documentos foram apreendidos e estão sob análise da Corregedoria. A corporação afirma que essa medida busca preservar a transparência do caso e garantir que nenhuma evidência seja perdida.


Detalhes da Execução

Segundo os laudos periciais divulgados, a execução foi uma ação planejada e rápida:


  • As vítimas saíram de Icaraíma às 12h04 em uma Fiat Toro e foram surpreendidas por volta das 12h30.

  • Atiradores estavam posicionados em pelo menos três locais.

  • Foram usadas cinco tipos de armas, incluindo fuzis e pistolas.

  • A Polícia Científica concluiu que os quatro homens morreram dentro da caminhonete após serem atingidos por múltiplos disparos na cabeça, tórax e costas, alguns a curta distância.

  • Os corpos foram levados em seguida para a mata do Tenente e enterrados às pressas.


O valor da dívida que motivou o crime segue em apuração, com quantias divergentes que variam entre R$ 129 mil e R$ 1 milhão.


A Polícia Civil sustenta que a chacina foi resultado de uma ação premeditada e a fase atual se concentra na identificação dos autores e na análise da possível interferência dos dois policiais na investigação.