O Brasil é um país de referência no acolhimento de imigrantes, e Cascavel tem atraído os estrangeiros. Com aumento dessa população, a rede municipal de ensino precisou se adaptar.
Com cerca de 5% da população formada por estrangeiros, Cascavel precisa estar preparada para absorver essa demanda. Na educação, já são mais de 1600 alunos que fazem parte da rede municipal de ensino. Quando chegam à cidade em idade obrigatória, a partir dos 4 anos de idade, já são matriculados, mesmo antes da regulamentação da documentação. Na escola municipal Luiz Vianey Pereira estão matriculados 60 alunos de outras nacionalidades, que precisaram se adaptar a um mundo novo: Costumes, alimentação, linguagem - é tudo diferente.
Que bom que as crianças vêm de fábrica com a função de acolher. São mais abertas às diferenças, deixando esse processo mais suave para os chegam. Essa recepção calorosa deixou tudo mais fácil para Victor, que veio da Venezuela com a família há alguns anos e contou com amigos como a Heloísa.
A linguagem é o principal desafio, e o preparo dos professores é fundamental nesse processo. A secretaria de educação ofereceu uma formação em língua espanhola, que é a predominante entre os imigrantes que têm chegado à cidade. Maria também tem outras formações no idioma e é um dos principais apoios desses alunos na escola.
As primas April e Antonella passaram por essa adaptação. Agora, batem papo tranquilamente em português e adoram poder aprender, mas também ensinar um pouco sobre a origem delas.
Praticamente todos os alunos imigrantes recebem um suporte extra com um reforço escolar, ajudando a acelerar a compreensão da língua portuguesa. A adaptação para quem chega falando espanhol é bem mais fácil do que para quem tem como idioma nativo o francês crioulo, com palavras e pronúncias bem diferentes aos ouvidos brasileiros.
Marvens falou em francês crioulo: eu e minha irmã Wetchenda viemos do Haiti e estudamos na Escola Luiz Vianey. Hoje, ele é considerado um case de sucesso da escola: está alfabetizado e consegue entender praticamente tudo, mas no começo, há alguns anos, não era bem assim.
A pequena Alba, peruana, ainda tem dificuldades com o português. Mas ela se entende bem com a melhor amiga, Eloá, mostrando que a amizade é uma linguagem universal.