A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal ouviu ontem representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para discutir a suspensão das operações da Voepass, especialmente sobre a possibilidade de que as medidas pudessem ter sido adotadas antes da tragédia que resultou na morte de 62 pessoas. Durante a audiência pública, solicitada pelo senador Sérgio Moro, o diretor-presidente substituto da Anac, Roberto José Silveira Honorato, explicou que a decisão de suspender as atividades da empresa foi tomada após a Voepass perder, de forma geral, as condições para atender às exigências do órgão a partir de outubro de 2024.
Roberto Honorato esclareceu que, após o acidente de 9 de agosto de 2024, que causou a morte de 62 pessoas, a Anac começou a monitorar mais de perto as operações da Voepass. Na primeira fase do acompanhamento, a empresa corrigiu os problemas apontados pela Anac, mas na segunda fase, que durou de outubro a fevereiro, não houve melhorias suficientes. O diretor também mencionou a queda nas operações da empresa após o acidente, destacando que a Voepass operava uma média de 1.800 voos mensais antes da tragédia, mas em fevereiro de 2025, esse número caiu para cerca de 969 voos.
O senador Sérgio Moro questionou se os problemas da empresa não estavam presentes antes do acidente, uma preocupação que tem sido levantada pelas famílias das vítimas. A suspensão das operações da Voepass entrou em vigor na segunda-feira da semana passada, e os voos da terça-feira seguinte já não puderam decolar. A medida seguirá por prazo indeterminado, sendo levantada apenas quando os requisitos exigidos pela Anac forem atendidos.
Após a suspensão, a Voepass emitiu uma nota reafirmando que sua frota é aeronavegável e segue rigorosos padrões de segurança. A companhia também afirmou que está empenhada em retomar as operações o mais rápido possível.