A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou casos de violência sexual contra crianças em CMEIs de Cascavel concluiu seus trabalhos. Após mais de quatro horas de leitura, o relatório final de 123 páginas, resultado de 134 dias de trabalho, foi aprovado por unanimidade.
Conclusões e Pedidos
O relatório da CPI analisou 43 depoimentos e mais de mil páginas de provas. O documento aponta falhas graves na condução do processo administrativo (PAD) contra o servidor investigado, conhecido como "Professor Monstro".
O relatório deve ser encaminhado ao Poder Executivo e ao Ministério Público.
A CPI recomenda a abertura de processos disciplinares contra quatro servidores públicos:
Márcia Baldini (Secretária de Educação): investigação sobre obstrução de justiça, coação, falsificação de documentos e perseguição. A CPI recomenda adoção de protocolos e criação de regras claras na SEMED.
Cletírio Feistler (ex-Controlador-Geral): citado por falhas no acompanhamento e por nomeações que teriam paralisado o PAD.
Cátia Simone Wermuth (Presidente do primeiro PAD): pode responder por ineficiência e paralisação injustificada do processo.
Maxsoel Schmidt (ex-Assessor Técnico da SEMED): citado por não registrar restrições ao servidor e por não avisar o Conselho Tutelar.
O objetivo é apurar possíveis falhas de fiscalização e supostas tentativas de obstrução de justiça e coação de testemunhas.
Posicionamento da Secretária e Membros da CPI
A Secretária de Educação, Márcia Baldini, afirmou que não há provas contra a SEMED e que irá contestar os apontamentos.
O presidente da CPI, vereador Éverton Guimarães, destacou a importância pessoal da investigação, relatando ter sido vítima de abuso sexual na infância.
O vereador dr. Lauri foi representado por Antônio Marcos devido a licença médica. A bancada diretora votou favoravelmente à aprovação do relatório.
A mãe de uma das crianças, Mariana Kalschene, disse estar satisfeita, mas aguarda providências. O relator Hudson Moreschi reforçou que as investigações continuam.