Os dados coletados neste mês pela equipe de transição do município, mostram que Londrina tem mais de 96% da arrecadação da cidade comprometida. O Capag, metodologia que mede a capacidade de pagamento de estados e municípios apresenta três índices: um indicador de liquidez, um de endividamento e outro que mede a capacidade de investimentos.
Os primeiros dados estão positivos, já o último
apresenta resultados que preocupam, já que os números são majoritariamente para
pagar as contas da cidade e pouco sobra para os investimentos. Os números fazem
referência ao ano de 2023 e deixam Londrina como o único grande município do
Paraná nesta condição.
Segundo o economista Marcos Rambalducci, que faz
parte da equipe de transição, a situação não é considerada um demérito à gestão
atual. “Isso significa que Londrina não tem sobras de recursos e a união não se
sente confortável em dar um empréstimo para a cidade, por conta do
comprometimento. Isso não é demérito para a gestão atual, só mostra uma
condição estrutural de Londrina, que com pouco dinheiro conseguiu fazer muita
coisa importante para o município”, disse.
De acordo com Rambalducci, é possível reverter esta
situação. “É possível reverter no curto prazo. A secretaria de fazenda desta
gestão está trabalhando no sentido de fazer número que remetam uma nota B, para
ter uma capacidade de investimento. O problema estrutural permanece, isso
significa que teremos algum tipo de dificuldade, já que Londrina precisa tomar
crédito. Se a união não avalizar o crédito, a cidade tem que pegar crédito com
agentes que cobrarão muito mais juros”, completou.
Uma alternativa apresentada pelo economista, é
incentivar a vinda de novas indústrias para o município, para poder balancear a
matriz econômica da cidade.
“É preciso investir em outros setores, como o
turismo que responde rapidamente a entrada de dinheiro. A indústria trazendo
dinheiro e o turismo também, cada um em sua velocidade, é o que será necessário
para balancear a matriz econômica da cidade”, disse.