Londrina registrou neste dia 8 de fevereiro, o primeiro feminicídio de 2024 e mais uma vez, chama a atenção para a violência contra a mulher e como esse tipo de crime vai se construindo. A proprietária de um conhecido salão de beleza para noivas, Claudia Ferraz, de 45 anos, foi morta a facadas pelo namorado, de 30 anos.
A família da vítima relatou que o namorado parecia ser carinhoso, sempre com presentes, como flores e chocolates, mas que o relacionamento era pautado em brigas e discussões.
Para Silvana Mariano, professora e integrante do Néias Observatório de Feminicídios de Londrina, o comportamento do namorado seria uma forma de mascarar o relacionamento abusivo. “O agressor tem uma apresentação pública e é outra pessoa no relacionamento amoroso”.
Entre janeiro e setembro de 2023, observatório contabilizou 137 casos de feminicídio em Londrina. Para o Néias, falta espaço para a mulher na sociedade conseguir relatar os abusos e agressões que sofre. Muitas procuram apoio em outras mulheres e não relatam as situações para a família.
Ainda segundo a professora Silvana, muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer a mulher como vítima. Outro ponto levantado é que muitas mulheres têm medo de denunciar uma agressão ou abuso por conta do julgamento. “Nós precisamos imaginar um tipo de relacionamento familiar e social em que essas mulheres sintam que tem uma mão estendida para ela.”