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Empresas de Londrina faturaram R$ 130 milhões em negócios com a prefeitura

01 mar 2024 às 19:21

A Prefeitura de Londrina encerrou 2023 com R$ 130.975.267,33 comprados em produtos, serviços e obras negociados com 237 empresas de Londrina, valor recorde da série histórica do Programa Compra Londrina, iniciado em 2017. O recorde anterior era de 2022, quando a Prefeitura negociou mais de R$ 126 milhões com CNPJs londrinenses. Os números foram detalhados na manhã desta sexta-feira (1º), às 8h30, em um evento do Programa Compra Londrina no auditório da Prefeitura.


Os vencedores de 2023 são comércios de ferramentas, materiais de construção, equipamentos, obras, empresas de conserto de ar-condicionado, lanches, pintura de prédios, confecção de cortinas e uma infinidade de produtos e serviços usados pelas secretarias no atendimento da Prefeitura.


Segundo o coordenador do Compra Londrina, Marcelo Frazão, o programa objetiva incentivar as empresas locais a disputarem negócios em órgãos públicos. É realizado pela Prefeitura de Londrina e está vinculado à Gerência de Incentivo às Compras Locais (GICL) da Secretaria Municipal de Gestão Pública (SMGP), responsável pelas licitações da Prefeitura. A iniciativa tem parceria com a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Sebrae e Observatório de Gestão Pública (OGPL). 


Em 2023, a maioria absoluta de empresas de Londrina contratadas pela Prefeitura foram de pequenos negócios – Microempreendedores Individuais (MEIs), Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). De janeiro a dezembro de 2023, 237 empresas de Londrina obtiveram contratos na Prefeitura. Do total, 209 são pequenos negócios – apenas 28 CNPJs são “grandes” empresas. Entre as empresas londrinenses, 39 venceram disputas pela primeira vez. Durante o ano, o programa realizou 18 oficinas com empresas locais, dois workshops de compras, treinou 150 empresas treinadas e orientou 1.000 pequenas empresas.


O Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública (NIGEP) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – grupo de especialistas em economia, direito, administração e contabilidade – elaborou uma matriz econômica que mostra o impacto positivo para a economia local por meio das compras da Prefeitura com as empresas de Londrina.


Com base nos cálculos do NIGEP, os R$ 130,9 milhões comprados de CNPJs de Londrina são suficientes para gerar salários para os trabalhadores de Londrina (R$ 20.956.042,77); criação de novos empregos: até 651 postos de trabalho; arrecadação de impostos estaduais, federais e municipais (R$ 31.363.337,51).


Além disso, desde o início do programa, em 2017, até 2023, R$ 630 milhões foram comprados em produtos, serviços e obras, de mais de 1.500 CNPJs de Londrina, dos quais 85% são micro e pequenas empresas. Para os anos de 2024 e 2025 há mais de 200 licitações, entre compras e obras, que devem gerar mais de R$ 400 milhões em negócios.


O prefeito Marcelo Belinati enfatizou que o Compra Londrina é uma inovação que vem trazendo vários benefícios. “O objetivo do programa é que as empresas da cidade participem da licitação, principalmente as micro, pequenas e médias. O resultado do programa é um sucesso, pois centenas de empresas participam das licitações e geram emprego na cidade. Além disso, elas recolhem imposto no município, movimentam a economia e prestam um serviço de qualidade porque fazem o trabalho com amor, por estar servindo a cidade. A Prefeitura entra com a garantia da seriedade total no processo, a garantia de pagar em dia os serviços executados, e isso é fundamental principalmente para as micro e pequenas empresas. Com tudo isso, esse projeto acaba se tornando um modelo para todo o Brasil”, apontou.


O secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, comemora os resultados. Para ele, 2023 foi um ano especial para as compras locais e para o Compra Londrina. “Com a mudança para a nova lei de licitações, ampliamos benefícios para as pequenas empresas do Município com uma lei inédita. Os resultados mostram que quanto mais empresas de Londrina nas licitações, melhor para a economia e melhor também para a qualidade dos nossos fornecimentos”, ressaltou.


Segundo o secretário, a nova Lei Municipal 13.618/2023 criou novos benefícios para negócios locais e ampliou outros já existentes. “A partir da nova lei, a Prefeitura de Londrina dobrou os blocos de compras, que agora podem ser disputados só por pequenos negócios, de R$ 80 mil para R$ 160 mil. Com a evolução das práticas, Londrina se tornou referência nacional de compras públicas locais”, destacou Cavazotti.


O titular da pasta também destacou que a Prefeitura é a maior compradora da cidade, pois aplica cerca de R$ 400 milhões em produtos e serviços por ano. “Quando iniciamos na administração do prefeito Marcelo Belinati, observamos que a Prefeitura comprava cerca de R$ 20 milhões ao ano de empresas de Londrina, ou seja, um percentual muito pequeno. Então lançamos o Compra Londrina, para mostrar às empresas de Londrina que a Prefeitura é uma boa compradora, paga em dia, e as concorrências são corretas e com transparência. O resultado foi que saímos de R$ 20 milhões para mais de R$ 130 milhões de reais em compras de empresas de Londrina”, frisou.


O presidente da Acil, Angelo Pamplona, vê o Compra Londrina como um “gatilho” para girar a economia local. “Quando uma empresa vence uma licitação, cresce, muda de patamar, contrata mais gente, melhora a estrutura, aumenta a produção. É o que a cidade precisa. “É um ganha-ganha para todo mundo, pois depois que o CNPJ recebe o dinheiro da Prefeitura, a empresa segue o ciclo virtuoso da economia”, frisou.


O consultor de ambiente de negócios do Sebrae Paraná, Sérgio Ozório, enfatizou que o resultado de 2023 é fantástico e que o programa se consolidada como um grande instrumento de desenvolvimento local. “Desde 2017 o Programa firma conquistas e cria novos campos de ação, e o incremento dos benefícios com a Lei 13.618/23 é inédito no país e pioneiro sob todos os aspectos”, afirmou.


O consultor aposta na expertise de Londrina para o crescimento de um movimento regional em favor das compras públicas. “Criamos o Núcleo Regional de Compras com Londrina, Cambé, Ibiporã, Rolândia e Arapongas e a expectativa é de que as experiências de sucesso da nossa cidade possam ser replicadas na região metropolitana. Com as entidades, queremos trabalhar as compras das empresas privadas. Se a Prefeitura de Londrina consegue comprar mais localmente, acredito que as empresas privadas de Londrina também possam fazer esse movimento no mesmo sentido”, explicou.