Juranda, no Oeste do Paraná, voltou a ser lembrada nos últimos dias após a morte do Papa Francisco. Conhecida como a “Cidade do Milagre”, o município ganhou esse título após o episódio que salvou a vida do pequeno Lucas, em 2013, reconhecido oficialmente como milagre pelo Vaticano.
Naquele ano, com apenas cinco anos, Lucas caiu de uma janela a mais de seis metros de altura. O trauma foi grave, e os médicos foram claros com a família: a ciência não poderia fazer mais nada. Mas a fé entrou em ação. Uma corrente de orações se formou e chegou até as irmãs Carmelitas de Campo Mourão, que pediram a intercessão de Francisco e Jacinta, os Pastorinhos de Fátima. Uma semana depois, Lucas despertou, lúcido e sem sequelas.
O caso foi investigado pela Igreja Católica e, em 2017, foi reconhecido oficialmente como milagre, permitindo a canonização das duas crianças portuguesas. No dia da cerimônia, em Portugal, Lucas, então com nove anos, foi recebido com um abraço pelo Papa Francisco, gesto que marcou o momento e entrou para a história.
Hoje, aos 18 anos, Lucas estuda medicina e sonha em salvar vidas, como a dele foi salva. Ele recebeu com tristeza a notícia da morte do Papa e relembrou, com emoção, o encontro que teve com o pontífice.
Juranda transformou essa história em símbolo de fé. Um museu foi criado para contar o milagre e receber fiéis do Brasil e do mundo. Para a cidade, o abraço do Papa no menino Lucas representa um abraço a todos que acreditam no impossível. E agora, com a partida de Francisco, esse gesto ganha ainda mais significado.