Correria policial e momentos de tensão marcaram a noite da última quinta-feira (24), em Cascavel. Diversas viaturas da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal foram mobilizadas para atender a uma ocorrência em uma empresa de segurança, localizada no cruzamento das ruas Edson Luiz Favarin e Oliva, no bairro Universitário, região sul da cidade.
De acordo com informações preliminares, três homens armados teriam invadido o estabelecimento e feito trabalhadores reféns. Inicialmente, a situação era tratada como um roubo com reféns, mas foi tomando outra forma com o desenrolar dos acontecimentos.
Quando as equipes policiais chegaram ao local, foram recebidas com disparos de armas de fogo. Nos momentos iniciais, nem mesmo a polícia sabia ao certo o que estava acontecendo dentro da empresa de segurança. Além dos tiros, os agentes constataram que havia ao menos uma pessoa morta com um tiro na cabeça dentro do estabelecimento.
O delegado Fabiano Moza, responsável pela investigação, deu detalhes sobre o caso. Segundo ele, dois funcionários que estavam no local haviam retornado de uma escolta armada e ligaram para a proprietária, informando que estavam sendo vítimas de um assalto. Um desses funcionários estava em seu primeiro dia de trabalho. Com base nessa informação, a proprietária acionou as autoridades, que passaram a tratar o caso como um roubo em andamento.
A vítima, que era um dos sócios da empresa, teria ido até o local verificar o que estava acontecendo. Ao chegar, acabou sendo atingida por disparos efetuados pelos próprios colegas de trabalho. Ainda não se sabe se houve falha de comunicação ou alguma outra motivação, como, por exemplo, uma possível armação contra a vítima.
Já no início da madrugada, dois suspeitos foram presos. Ambos são funcionários da empresa de segurança: um homem de 51 anos, que estava em seu primeiro dia de trabalho, e outro de 33 anos, que já trabalhava na empresa há algum tempo.
A vítima fatal foi identificada como Gilmar Chaves, de 41 anos, um dos sócios-proprietários da empresa. A Tarobá conversou com exclusividade com Alex Tavares, o outro sócio da empresa. Em seu relato, ele revelou que os indícios apontam para o funcionário mais antigo — que trabalhava no local há quatro meses e já havia realizado missões com Gilmar e Alex — como o provável autor do homicídio. Visivelmente emocionado, Alex lamentou profundamente a morte de Gilmar, afirmando que ele era mais do que um amigo ou sócio: era praticamente um irmão.
Em depoimento prestado à Polícia Civil, o funcionário de 33 anos declarou que acreditava, de fato, estar ocorrendo um assalto à empresa e, por isso, atirou contra o sócio-proprietário, confundindo-o com um ladrão. Já o funcionário de 51 anos, que estava em seu primeiro dia de trabalho, afirmou que não se rendeu porque seu colega insistia que as pessoas tentando entrar no imóvel não eram policiais.
Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (25), o delegado Fabiano Moza esclareceu que o homem de 33 anos admitiu estar sob o efeito de cocaína. No bolso do suspeito foram encontrados um cartão de crédito com resquícios da droga, um pino vazio e uma bucha com aproximadamente 0,5 gramas da substância. O outro suspeito, o homem de 51 anos, relatou estar agitado e acreditava que alguém tentava invadir o local.
Fato é que ainda restam muitas dúvidas sobre o caso. A Polícia Civil segue investigando para esclarecer todos os detalhes.